TCE CONCRETIZA VELHO PLANO DE TEODORICOA reeleição para presidente aprovada no Tribunal de Contas do Estado (TCE) concretiza proposta que era articulada há mais de dois anos por Teodorico Menezes. No começo de julho de 2011, o conselheiro hoje afastado enviou aos colegas minuta de projeto de lei que pretendia encaminhar à Assembleia Legislativa para abrir brecha para a reeleição. Não deu tempo de submeter a proposta ao pleno. No dia 14 daquele mês, O POVO divulgou a primeira da série de reportagens que revelou que entidades receberam dinheiro do Governo do Estado para construir banheiros populares, mas jamais executaram a obra. Na sequência, a cobertura realizada pela equipe do O POVO indicaria as conexões de familiares e empregados de Teodorico com várias dessas entidades. Algumas tinham como dirigentes doadores da campanha de seu filho, deputado estadual Téo Menezes. Uma semana após o início da série de reportagens, Teodorico se licenciou da presidência na qual tinha plano de prolongar sua permanência. Para não mais voltar. Até hoje está afastado do cargo de conselheiro, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Agora, o velho plano de Teodorico dá o primeiro passo para se concretizar. Se daquela vez os conselheiros receberam previamente a minuta, agora o assunto pegou de surpresa Soraia Victor e Rholden Queiroz. Os dois compõem a ala do TCE não alinhada com a “velha guarda” – o presidente Valdomiro Távora e os conselheiros Pedro Timbó, Alexandre Figueiredo, aos quais se soma Edilberto Pontes, membro da nova geração.
A proposta seguirá para a Assembleia. Pelo histórico, não deve encontrar problemas para ser aprovada com folgada maioria dos parlamentares. A reeleição em si – uma única vez – nem julgo problema. É discutível, sim, a forma atropelada como passou. E, principalmente, é absurdo que valha para quem já está no cargo – caso de Valdomiro. Equívoco – chamemos assim – semelhante foi cometido com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), eleito sob uma regra e favorecido pela mudança de regras que seu governo patrocinou. O correto, para não incorrer em casuísmo da pior espécie, seria valer a partir do próximo presidente do TCE.