Para o presidente do PSDB cearense, a Medida Provisória feriu as competências dos Conselhos de Medicina O Programa Mais Médicos voltou a ser tema de debate na Assembleia Legislativa durante sessão ordinária, ontem. Apesar de defenderem o projeto do Governo Federal, deputados estaduais solicitam melhores condições de trabalho e ascensão profissional, como a implantação de uma carreira de estado para a categoria. Fora da Assembleia, o presidente estadual do PSDB, ex-deputado Luiz Pontes, criticou a aprovação da Medida Provisória (MP) 621, da criação do programa Mais Médicos, por transferir competências dos Conselho Regionais de Medicina para o Ministério da Saúde. O deputado Lula Morais (PCdoB), por exemplo, lembrou que a MP que trata do Programa Mais Médicos foi aprovada recentemente no Congresso Nacional e ressaltou que em audiência pública, na Assembleia Legislativa, para tratar do assunto, todos os representantes presentes afirmaram que a ideia do programa é meritória. Porém, salientou que a forma como o projeto está sendo abordado não seria durável, mas, sim, com a realização de concurso público e carreira de estado para que os profissionais se sintam seguros em realizarem suas funções de forma mais proveitosa. "Se houver carreira de Estado nós teremos as pessoas em suas atividades, pois sabem que vão ter ascensão e migração em função da carreira em que estão colocados. Essa é uma opinião que casa com a dos médicos e profissionais de saúde. Precisamos de uma carreira de estado". Carreira O parlamentar ressaltou que existem problemas na sustentabilidade do programa, fazendo com que os profissionais que atuam não se sintam seguros nos lugares para onde estão sendo encaminhados. Segundo ele, é preciso definir um recurso mínimo por parte do Governo Federal para o Sistema Único de Saúde (SUS). Luiz Pontes, na entrevista concedida sobre o programa Mais Médicos, também defende a criação da carreira médica. Para ele, "o que cabe ao Governo é investir e dar condições de trabalho, de segurança, além de salários dignos aos médicos brasileiros. É garantir, por meio de concurso público, estabilidade aos médicos do Sistema Único de Saúde. Para isso deveria acionar sua base aliada para a aprovação do projeto que cria a carreira de médico de Estado. O resto é politicagem barata, é enganar a população", disse Luiz Pontes. Condições A deputada Mirian Sobreira (PROS) afirmou que os atendimentos feitos pelo SUS são precários visto que os investimentos feitos na área ainda são escassos. Ela disse ainda que não é contra a vinda de médicos estrangeiros, mas ressaltou que é necessário que os profissionais brasileiros tenham condições dignas de trabalho e de salário. Lula Morais em resposta salientou que foi médico de periferia e que em 1984 não havia as condições que hoje têm nos postos de saúde.