Deputada Fernanda Pessoa cita exemplo seu de questionamento à secretária de Educação que até agora não foi respondido
FOTO: JL ROSA
Para alguns deputados, o projeto está servindo apenas para o Governo ter suas ações mais propagadas na Casa
Idealizado pelo presidente do Legislativo Estadual, José Albuquerque (PSB), no início de seu mandato, o ciclo de debates entre parlamentares e secretários do Governo Cid Gomes tem gerado alguns resultados. No entanto, alguns deputados entrevistados pelo Diário do Nordeste reclamam da falta de respostas às propostas apresentadas por eles durante as discussões.Em cinco meses, oito secretários estaduais já visitaram a Casa Legislativa. Foram eles: Mauro Filho (Fazenda); Camilo Santana (Cidades); Arruda Bastos (Saúde); Ferruccio Feitosa (Copa); César Pinheiro (Recursos Hídricos); Adail Fontenele (Infraestrutura); Izolda Cela (Educação) e Francisco Bezerra (Segurança Pública). Este foi o mais aguardado pelos parlamentares para apresentar números sobre a pasta, que muitos consideram ser o calcanhar de Aquiles do Governo do Estado.
Muitos deputados reclamam do formato como essas visitas vêm sendo feitas, principalmente porque para eles, tais encontros servem mais para fazer a divulgação dos serviços prestados pela atual gestão, do que para tirar dúvidas da sociedade que são levadas pelos parlamentares. Para João Jaime (PSDB), até o momento nada de concreto foi realizado pelos gestores, defendendo ele que o formato adotado pela presidência da Assembleia para os debates propostos é antirregimental.
"O Regimento diz que o secretário tem até uma hora para apresentar suas explicações, sendo prorrogado por mais uma hora e nós temos dez minutos para falar. A gente tem visto o secretário falando quanto tempo quiser. Ele vai ali fazer propaganda do Governo e na hora de fazermos uma intervenção só nos é ado três minutos", reclamou o deputado tucano.
O parlamentar questionou ainda os números apresentados pelos gestores, que em sua opinião são duvidosos e cheio de dados que servem apenas para propagar a imagem do secretário. No caso específico de Francisco Bezerra ele ressaltou que o chefe da pasta da Segurança Pública foi arrogante e deselegante com o Pode Legislativo.
Prática
A deputada Fernanda Pessoa (PR) ressaltou que tal proposta é importante para que a sociedade saiba mais sobre o que é feito pelo Governo do Estado, mas salientou sentir falta de um feedback por parte da gestão sobre seus pedidos. Ela lembrou que há mais de um mês, quando a secretária de Educação Izolda Cela esteve na Assembleia, foi feito uma série de questionamentos à gestora, que até o momento, passado mais de um mês ainda está sem respostas.
Para Ely Aguiar (PSDC), as visitas feitas pelos representantes do Poder Executivo "nem fedem e nem cheiram", pois nada do que é discutido se coloca em prática. "A ida desses secretários, em minha concepção, é apenas para divulgar o que o Governo do Estado está fazendo ao invés de atender o Legislativo. Tanto que os deputados sabendo que eles vão apenas para divulgar o que o Governo executa, eles não aparecem, deixando o plenário totalmente esvaziado", confessou.
Já o deputado Roberto Mesquita (PV) acredita que as visitas têm aproximado Governo do Estado e Assembleia Legislativa, visto que o secretário apresenta ações que estão sendo feitas para todo o Estado, com a oportunidade de diálogo entre os representantes dos dois poderes. Segundo ele, Arruda Bastos ficou mais atento às suas reivindicações na área da Saúde, depois que compareceu ao plenário da Assembleia.