O próximo Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é mais um momento para fazermos a reflexão sobre o papel exercido pelas mulheres nos rumos de Fortaleza, do Ceará e do Brasil. A organização das mulheres no centro das decisões políticas em associações comunitárias, sindicatos, partidos, organizações não governamentais, entidades, grupos religiosos e outros grupos coletivos, aprofunda a construção democrática de um novo projeto nacional de desenvolvimento que necessita da presença efetiva das mulheres. Superar os obstáculos da participação política feminina nos espaços de poder e decisão é a tarefa do século que desafia, ainda mais, as forças progressistas, populares e avançadas de nossas sociedades. Se, por um lado, há muito a comemorar - com a presença em nível nacional de uma mulher na Presidência da República e, agora em 2012, com a comemoração dos 80 anos do direito ao voto feminino no Brasil - por outro lado, dados nacionais de participação da mulher nos parlamentos e nos executivos municipais e estaduais mostram que a predominância masculina ainda é a realidade atual.
Mesmo representando 52% do eleitorado brasileiro, apenas 46 dos 513 deputados federais são mulheres. Na Assembleia Legislativa do Ceará, das 46 cadeiras, a bancada feminina conta com seis parlamentares. Na Câmara de Fortaleza, somos somente quatro de 41 vereadores.
É necessário que liberemos as mulheres, que já somam, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 38,7% dos chefes de família, para a vida pública, as artes, as ciências, a política. Isso envolve questões que vão desde a divisão do trabalho doméstico, prioritariamente, com o Estado, até ganhos salariais equivalentes aos dos homens, passando pela garantia de acesso a diferentes benefícios, como o direito à moradia com titularidade feminina; creches no horário de trabalho e escolas de tempo integral; saúde pública que atenda às mulheres em todas as fases de sua vida e previdência social com atenção de gênero.
Para isso, a organização em torno das lutas que envolvam não só as relações de gênero, mas de outras diferenças ainda são fundamentais. Somente atuando na reivindicação de questões que atendam “as maiorias que ainda são tratadas como minorias” é que alcançaremos resultados ainda mais significativos, que representam a conquista de igualdade com respeito às diferenças. Eliana GomesVereadora de Fortaleza (PCdoB