A Assembleia Legislativa do Ceará recebeu, na manhã de ontem, o secretário de Recursos Hídricos do Estado, César Pinheiro e o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Rennys Frota. Ambos destacaram ações de infraestrutura hídrica no Estado e asseguraram que, por consequências da seca, o Ceará tem apenas 43% de água acumulada.
Sobre o baixo índice de água nos reservatórios, o secretário classificou como “preocupante” e afirmou que, atualmente, as maiores concentrações estão localizadas nas regiões do Jaguaribe, Castanhão, Orós e Banabuiú. O secretário ressaltou que a região mais “caótica” é a região de Crateús, e afirmou que a Secretaria está estudando uma maneira de interligar os três açudes da região e construir uma adutora para amenizar a falta d´água.
“A seca é o maior desafio da Pasta. O nosso problema é que somos uma Secretaria estruturante, nós fazemos as obras, entretanto, com o problema da estiagem, precisamos de água para abastecer os açudes e estamos sem recarga desde 2010, com isso, as barragens que já fizemos estão em situações precárias”, declarou, salientando que, no que se trata da parte emergencial, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e a Defesa Civil está trabalhando em várias ações, como a construção de cisternas e a distribuição de água com carros-pipa, além da perfuração de poços.
Grandes obrasSobre o Cinturão das Águas e a transposição do rio São Francisco, César Pinheiro afirmou que, se ambos os projetos estivessem funcionando, “nós estaríamos com todas as barragens com água e não estaríamos com esse problema tão crítico”.
Segundo assegurou, “o Cinturão das Águas é o grande projeto do governo Cid Gomes”. O Cinturão interligará todas as bacias e levará água a todos os rios do Ceará, abastecendo, também, as barragens. Segundo ele, “o projeto está em processo de licitação, e até final de abril, quando tudo estiver resolvido, será decretada a ordem de serviço”.
BalançoNo balanço das ações, Pinheiro relatou que, entre 2006 e 2013, foram construídas 139 barragens para monitoramento dos açudes, sendo 72 do Dnocs e 67 do Governo Estado, no que totaliza pouco mais de 18 bilhões de m³ de água; 81 rios perenizados, totalizando 2.582 quilômetros de água. O secretário afirmou, também, que foram feitas operaçõe, que concretizam 210 quilômetros de canais, 300 quilômetros de adutoras e redes de distribuição e 16 estações de bombeamento. Segundo informou, o governo do Estado construiu 15 adutoras, além das 22 finalizadas ao longo dos trechos I, II e III no Eixão das Águas, e outras 16 estão em preparação para licitação e duas em conclusão.
Ainda em sua explanação aos parlamentares, o titular da Pasta informou sobre a construção de 11 açudes, dos quais quatro estão em processo de licitação, além de cinco previstos, entre eles, um na Serra da Ibiapaba, que vai beneficiar toda a região, e outro no Vale do Curu.
FortalezaJá o presidente da Cogerh, Rennys Frota, assegurou que, Fortaleza, é a única capital do Nordeste que não passará por racionamento. “Quando se escuta [essa informação], parece uma coisa muito fácil, mas essa seca que estamos passando já é muito mais severa da que resultou na criação da Cogerh e no Canal do Trabalhador”.
Frota salientou ainda, que o governo do Estado, está orientando para que os órgãos trabalhem com duas fendas, uma na perspectiva emergencial e, outra, com o objetivo de resolver o problema de forma definitiva. “Muito se tem falado da severidade desta seca, mas pouco se tem ideia sobre o aporte hídrico que ela representa. Hoje, dos 18 milhões m³, temos apenas sete bilhões, o que mostra a necessidade de divulgar esta “sinergia, o governo do Estado vem partindo na frente”, afirmou.