PARA GOVERNO, FALTA DO EXÉRCITO NA RUA FOI A DIFERENÇA
Para o Governo do Ceará, a diferença crucial entre a greve da PM no Estado e a paralisação na Bahia foi a postura do Exército. O Palácio da Abolição se queixa que as ruas não foram ocupadas, ao contrário do que se deu no caso baiano. Há inclusive reclamação de diferença de tratamento político - o governador da Bahia, Jaques Wagner, é do PT, partido da presidente Dilma Rousseff. O governo Cid chegou a disponibilizar 152 veículos zero quilômetro para as tropas. Os carros haviam sido adquiridos para a Secretaria da Saúde. Diante da situação emergencial, foram adesivados com o nome “Polícia” e entregues para uso do Exército na patrulha das ruas. Entretanto, 20 viaturas foram o máximo que chegou a circular simultaneamente em Fortaleza. Ainda assim, em comboios de cinco. Efetivamente, era como se houvesse apenas quatro veículos patrulhando a Capital, nos momentos de presença mais ostensiva. Praticamente nada. Daí ter se dado a situação de colapso. Caso tivesse havido presença e ocupação ostensiva do Exército, na leitura do governo, a dramática situação teria sido drasticamente minimizada. “O que aconteceu na Bahia era para ter acontecido no Ceará”, disse Eduardo Diogo, secretário estadual do Planejamento, que esteve na linha de frente das negociações que encerraram a greve. Ele destaca que, enquanto lá os manifestantes tomaram a Assembleia Legislativa, aqui eles se concentraram no quartel da 6ª companhia do 5º batalhão. Portanto, deveria ser muito mais simples cercar o local e isolar os grevistas. “Não houve boa vontade (do Exército). Deixaram o governador na mão”, disse Diogo. Ainda assim, o secretário defende que a postura adotada pelo governo cearense, mesmo sem suporte, mostrou-se a mais eficaz na resolução do problema. “Mesmo deixado na mão, o governador solucionou o problema de modo célere, eficaz, resguardando toda a sociedade”.