Deputados na Assembleia Legislativa estão na torcida para que o Congresso Nacional derrube o veto da presidente Dilma ao projeto que redistribui os royalties para beneficiar estados e municípios não produtores. O deputado Júlio César (PTN) pediu aos colegas parlamentares que assinem um requerimento de moção, de sua autoria, apelando ao Congresso Nacional pela derrubada do veto.
O deputado lembrou da manifestação realizada pelo Rio de Janeiro e Espírito Santo a favor de que a presidente vetasse o projeto aprovado no Congresso, esperando que, agora, a mesma iniciativa seja tomada pelos estados não produtores.
Na visão do parlamentar, o Brasil tinha a possibilidade de se redimir diante de tantas desigualdades oriundas da "absurda concentração de renda e riqueza de algumas regiões e estados em detrimento de outros".
De acordo com o deputado Lula Morais (PCdoB), se não houver uma redistribuição dos royalties, Rio de Janeiro e Espírito Santo continuarão garantindo quase 90% do que é arrecadado. "Daqui a 10 anos serão arrecadados R$ 100 bilhões e os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo ficarão com R$ 80 bilhões", alertou.
Justo
Com o veto da presidente Dilma, o deputado atesta que o Ceará deixará de arrecadar cerca de R$ 583 milhões. "Não é justo que o Brasil se quede, se dobre aos interesses de dois ou três estados", disse o deputado.
Já Moésio Loiola (PSDB) declarou que a presidente do Brasil fez o que era mais agradável politicamente para ela. "Está na hora de a gente começar a cobrar da nossa bancada um posicionamento mais contundente em relação a isso", ponderou. A deputada Mirian Sobreira (PSB) diz ser injusto que todos os estados contribuam nas pesquisas do petróleo, mas na hora de distribuir essa riqueza, os mais pobres fiquem com a menor fatia.
Segundo o deputado Antônio Carlos (PT), essa decisão foi tomada porque o projeto mexia nos contratos já feitos, alegando que a Justiça iria intervir. Para ele, é necessário discutir o assunto e defender que os estados tenham uma partilha igualitária a partir dos novos contratos.