Repercutiu, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, ontem, o desfecho da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal que revelou um esquema de corrupção na cúpula do governo federal, envolvendo a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, indicada pelo ex-presidente Lula, e o adjunto do Advogado-Geral da União, José Weber Holanda Alvez, e os irmãos Rubens Vieira e Paulo Rodrigues Vieira, que ocupavam diretorias na Agência Nacional de Aviação Civil e na Agência Nacional de Águas. O tema gerou discussão entre os parlamentares.
“O escândalo, que envolve grandes nomes do PT, é uma situação de verdadeira vergonha para o país”, disse o deputado Ely Aguiar (PSDC), na tribuna da Casa. Ele, por sua vez, comparou o ex-presidente Lula a uma figura mitológica grega, o rei Midas, o que motivou revide dos petistas presentes à sessão plenária.
Ao jornal O Estado, o deputado Dedé Teixeira (PT), afirmou que sempre que denúncias são apuradas e a mídia registra “muitos deputados costumam colocar [a culpa] no colo do Lula e do PT”.
Segundo ressaltou, no Brasil, nunca se teve tanta liberdade de investigar, salientando que os órgãos como: o Ministério Público (MP) e a Polícia Federal (PF) trabalham independentemente, e, portanto, diferente dos governos anteriores, “Nós não colocamos para debaixo do tapete coisas erradas. O PT, talvez, seja o maior sustentáculo da defesa da transparência e contra a corrupção”, verbalizou.
Para o deputado Antônio Carlos (PT), a veiculação do nome de Lula no escândalo, “é uma tentativa da imprensa e de outros grupos de direita de desqualificar a imagem do ex-presidente” e ressaltou que, “atualmente nem se compara aos esquemas de corrupção dos governos anteriores aos de Lula... os que falam mal da nossa política sequer lembram o que acontecia antes. Vai faltar cadeia, caso abram as apurações dos casos de corrupção de governos anteriores”, salientou. (Rochana Lyvian, da Redação)