Unidades superlotadas e estrutura insuficiente para atender as demandas educacionais dos internos. Essa foi a avaliação parcial dos representantes da Relatoria do Direito Humano à Educação da Plataforma Dhesca Brasil. Na tarde de ontem, a socióloga Rosana Rodrigues Heringer, representante da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca), esteve nos Centros Educacionais Dom Bosco e São Miguel, ambos no bairro Passaré. O primeiro tem capacidade para 60 jovens e abriga 160. O segundo também tem 60 vagas, mas acolhe 140.
A plataforma Dhesca reúne instituições em defesa dos direitos humanos. As Relatorias, criadas em 2002, são mecanismos para relatar violações aos direitos no Brasil. “Alguns espaços não têm iluminação adequada. Uma parte dos docentes não tem formação para atuar nesse campo e, às vezes, os adolescentes não têm aulas todo dia”, diz Rosana Heringer.
O Ceará foi o primeiro estado do Brasil escolhido para receber a equipe. Segundo Rosana, a preferência ocorreu por denúncias de superlotação. Pará, Tocantins e Rio de Janeiro devem receber visitas nos próximos meses.
Segundo o assessor da Relatoria, Márcio Moreira, quando os garotos saem é difícil incluí-los em uma escola. “Muitos vão para o EJA (Educação de Jovens e Adultos). Os centros educacionais, por vezes, não têm meios para acompanhar. Alguns estão aqui porque a escola não foi um local acolhedor”, pontua.
A partir da observação feita pela equipe, será produzido um relatório diagnosticando e recomendando soluções a serem implantadas pelo poder público. Um texto parcial sobre o Ceará será publicado até o dia 15 de dezembro. Hoje, os representantes da Dhesca estarão na Assembleia Legislativa do Ceará para um debate. (Isabel Costa) Serviço Apresentação do plano de trabalho da Relatoria e debateQuando: hoje, às 9 horasOnde: Assembleia Legislativa (av. Desembargador Moreira)Entrada franca.