Conhecido por suas muitas correntes, o PT é, por tradição, um partido multifacetado. Dentro de uma reunião, lideranças chegam a discordar sobre alianças, bandeiras e política econômica, por exemplo. Há certos assuntos, no entanto, que têm a capacidade de unir os filiados, fazê-los entrar em consenso e militar juntos. Para o presidente municipal da legenda, deputado estadual Elmano de Freitas, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) é um desses pontos de convergência entre petistas.
LEIA TAMBÉMLula pede trégua a movimentos sociais contra DilmaEles prometem lutar juntos pela proteção do mandato da presidente. “Com certeza, o partido está muito unificado”, diz Elmano. Ele ressalta ainda que a oposição se divide em duas: os que discordam do Governo, mas prezam pela democracia; e os que fazem da impopularidade uma forma de burlar o que foi decidido nas urnas. Ele louva a atitude do Psol, da Rede e do PDT que já declararam apoio a Dilma, mesmo sendo oposicionistas.
“Está em jogo muito mais que o mandato da presidenta. Aqui vamos testar a capacidade de o País lidar com um Governo impopular. Lembrando que impopularidade não é motivo para deposição”, argumenta.
Ontem à noite, as Executivas Estadual, liderada por Diassis Diniz, e Municipal, comandada por Elmano, estiveram reunidas para traçar estratégias contra o impedimento. Os líderes do partido querem estimular o diálogo para evitar aquilo que classificam como “retrocesso”.
“Vamos dialogar com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com sindicatos e outras instituições neste momento. Não podemos aceitar que um processo sério seja fruto de chantagem e interesses pessoais”, afirma o presidente estadual da legenda, Diassis.
Manifestações
Ele lembra que independentemente de haver ou não manifestações a favor do impedimento, o PT também estará nas ruas. “Nossa militância sempre esteve nas ruas. Não vai ser diferente agora”, diz.
Ele destaca que a Juventude do PT organiza hoje protesto pela punição do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-CE). O ato ocorrerá às 14 horas, horário em que está marcada reunião do Conselho de Ética da Casa sobre a cassação do parlamentar, em Brasília. Os jovens se encontra na Praça da Imprensa, no Dionísio Torres.
Em movimento contrário, grupos pró-impeachment marcaram manifestações em várias capitais brasileiras no dia 13 de dezembro. A expectativa é de que as demonstrações pressionem parlamentares a dar seguimento ao processo de deposição da petista.
Números
342
votos são necessários para estabelecer impeachment
171 deputados precisam votar contra a deposição para barrar o impedimento
Saiba mais
Mais protestos
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST ) vai apostar no mote “Fora Cunha” a fim de atrair participantes para seus futuros protestos.O próximo deve ser realizado na próxima semana, como contraponto ao ato convocado para domingo, 13, pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo movimento Vem Pra Rua, ambos contrários ao governo Dilma.