A última visita de Lula ao Estado foi em 2012
FOTO: RICARDO STUCKERT/ INSTITUTO LULA
A direção estadual do PT articula visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ceará no próximo mês de dezembro. Segundo o presidente do PT no Estado, Francisco de Assis Diniz, Lula deve participar de eventos nas cidades de Fortaleza e Juazeiro do Norte, na região do Cariri.
Em meio à crise política enfrentada pelo PT, o ex-presidente tem retomado uma agenda de viagens na tentativa de melhorar a imagem do governo Dilma e do partido. A presença de Lula em Fortaleza é importante em momento de definição dos rumos da sigla em 2016.
O convite a Lula foi feito durante encontro do diretório nacional, no final de outubro. A visita ao Ceará deve coincidir com a ida do ex-presidente a outros estados do Nordeste, como Pernambuco e Alagoas.
De acordo com Assis, a expectativa é que Lula esteja no Ceará no dia 10/12, data na qual o PT organiza mobilização em torno da comemoração pelos 67 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No Cariri, o evento acontece na Praça dos Romeiros, local de aglomeração de devotos de Padre Cícero.
A última visita de Lula ao Estado foi em 2012 para apoiar a candidatura de Elmano de Freitas à Prefeitura de Fortaleza. O retorno do ex-presidente aconteceria num momento em que a legenda discute se terá candidato próprio no ano que vem. Antes defendida apenas pelo grupo da ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins, a tese ganhou força e já tem apoio da presidência estadual.
“Pelo simbolismo que Lula tem, ele não passa numa cidade sem tratar da conjuntura política. Sem dúvidas, vamos refletir junto com ele sobre a situação de Fortaleza”, afirmou Assis.
Ajustes
A indefinição gira em torno da posição do governador Camilo Santana (PT), que tende a apoiar a reeleição do atual prefeito Roberto Cláudio (PDT), a quem o PT municipal faz oposição. Ambos são aliados do ex-governador Cid Gomes (PDT), padrinho político de Camilo em 2014.
Hoje deputado estadual, Elmano de Freitas é um dos cotados para a disputa. O parlamentar destaca que o governador passou por situação semelhante ao ter de dividir a campanha a favor de Dilma com o adversário Eunício Oliveira (PMDB). “Ele (Camilo) tem candidatos adversários que o apoiam em outros municípios, mas nem por isso vai tentar fazer junções”, analisa.
Segundo Elmano, uma das exigências para a escolha do nome do PT ano que vem é que o candidato se comprometa a apoiar possível reeleição de Camilo em 2018 e tenha “chances reais de vitória” em 2016.
Luizianne é o nome mais apontado por correligionários. Como ela não se engajou na campanha de Camilo em 2014 por causa de desavenças com os Ferreira Gomes, a hipótese de apoio do governador a sua candidatura é remota. A posição de Lula, de quem Luizianne é próxima, será decisiva para a escolha ou não da ex-prefeita.