Eleição de Zezinho é dada como certa. Entretanto, cinco cargos ainda estão indefinidos por conta de disputa pela 1ª vice-presidência
FOTO: HUMBERTO MOTA EM 28/1/2014
Disputa entre dois deputados pela 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa (AL) “emperra” hoje uma chapa de consenso para a próxima Mesa Diretora da Casa. Apesar do crescimento da oposição ao governo no Legislativo, desentendimento ocorre entre dois parlamentares da base: Tin Gomes (PHS) e Gony Arruda (PSD). Sem concorrente, Zezinho Albuquerque (Pros) deve ser reeleito presidente da AL.
LEIA TAMBÉMRoseno critica moelo de eleição e será único voto contraA eleição da nova mesa acontece no domingo, 1º/2, após posse dos deputados eleitos no ano passado. Segundo
O POVO apurou, a tese de manutenção do atual comando da Casa tem sido defendida pela maioria dos deputados. Assim, é dada como certa recondução de Zezinho à presidência e de Sérgio Aguiar (Pros) à 1ª secretaria. Os demais cinco cargos titulares estão embolados entre Tin e Gony.
Os parlamentares em conflito já vinham disputando a Secretaria de Esportes (Sesporte) do Estado. Com indicação do deputado David Durand (PRB) para a pasta, a briga foi levada para a mesa. Como a eleição só pode ser disputada em chapas de 12 nomes, o embate precisa ser apaziguado antes da votação.
A tese de manutenção da mesa anterior privilegia Tin, atual 1º vice da Assembleia. Gony, por sua vez, tem a seu lado o fato de vir de um partido maior - o PSD. Já seu competidor é do nanico PHS, que só elegeu um deputado e precisa formar bloco com diversos partidos menores para disputar vaga na mesa.
“Meu partido está fechado nessa posição. Temos vários apoios e vamos levar esse pleito”, diz. Nas últimas semanas, o tema foi dominante nos bastidores da AL. “Estou me reunindo com deputados e conversando. Não há nada certo, mas se conseguirmos apoios, vamos buscar a 1ª vice”, diz Tin.
Oposição
Apesar de possuir tamanho suficiente para disputar até a 1ª secretaria da Casa, o bloco de cerca de 13 deputados de oposição deverá ficar com a 2ª vice e a 3ª secretaria. A indicação segue o que é tradição na Assembleia, de que apenas deputados da base aliada ocupem os três cargos mais “importantes” da mesa.
Para os cargos, são avaliadas as indicações de Danniel Oliveira (PMDB) e João Jaime (DEM), respectivamente, apesar de Audic Mota (PMDB) e Dra. Silvana (PMDB) também demonstrarem interesse nos cargos. Apesar de o “acerto” ser dado como certo nos bastidores, Danniel Oliveira diz que “nada está descartado”.
“Teríamos duas vagas, mas tem fatores como presidentes de comissões. Como por exemplo o Carlos Matos (PSDB), que poderia presidir comissão de Agricultura. Isso pode mexer na Mesa”, avalia.
Já a 4ª secretaria, último cargo da Mesa, deve ficar com o bloco PDT-PP-PEN-PSL. Indicado seria o recém-eleito Joaquim Noronha (PP).
Quem é quem
Sérgio Aguiar (Pros) Beneficiado pela tese de manutenção da antiga Mesa, não tem concorrente para ser 1º secretário da Casa. Cadeira tem sido cativa do Pros, ao lado da de presidente da Casa
Tin Gomes (PHS) Atual 1º vice, organiza bloco de partidos nanicos para manter a posição. Apesar disso, já chegou a admitir, no ano passado, não ter interesse na vaga.
Gony Arruda (PSD) Tenta tomar vaga de Tin na 1ª vice. É menos cotado na disputa por não já integrar a Mesa, mas arregimenta apoios de vários deputados para alcançar o cargo.
Saiba mais
Como deve ficar a Mesa Diretora da Assembleia
Presidente: Consenso é em torno da reeleição de Zezinho Albuquerque (Pros).
1º vice: Disputam Tin Gomes (PHS) e Gony Arruda (PSD).
2º vice: Danniel Oliveira (PMDB) é o mais cotado. Porém, outros deputados do PMDB desejam a posição. Definição depende da negociação das presidências de comissões
1º secretário: Segundo cargo mais importante da Casa, ficará com Sérgio Aguiar (Pros).
2º secretário: Deve ficar para o derrotado na disputa Tin x Gony. No caso de tensionamento, pode sobrar para Manoel Duca (Pros), atual ocupante da vaga.
3º secretário: Deve ser reconduzido o atual ocupante da vaga, João Jaime (DEM).
4º secretário: Joaquim Noronha (PP), indicado pelo bloco de partidos formado pelo PDT-PP-PEN-PSL.
Partido do governador Camilo Santana, o PT formará bloco com o Pros e não ocupará cargo na Mesa Diretora da Casa. A ideia é dar mais peso para o Pros indicar os dois cargos mais importantes da Casa. A justificativa oficial, no entanto, é de que o partido priorizará ocupar presidências de comissões na Casa.
Apesar de ser utilizado para justificar distribuição de vagas na Mesa, o critério de proporcionalidade não explica domínio do Pros nos cargos mais importantes da Casa.