Eleito deputado estadual mais votado do Ceará, Capitão Wagner (PR) deverá comandar bloco de oposição a Camilo Santana (PT) na Assembleia. Em formação, “o bloco” – como é chamado – se articula para atrair mais dois parlamentares ao grupo já composto por 13 deputados estaduais.
Ontem, o parlamentar se dirigiu até Brasília acompanhado do ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), para encontro de articulações do bloco no gabinete do senador Eunício Oliveira (PMDB), derrotado nas urnas por Camilo.
“A votação que eu recebi me deixou na condição de liderar esse movimento”, disse Eunício ao O POVO. O senador ressaltou que, de agora em diante, fará política “mais ativamente do que antes”.
E indicou tempos de menos tranquilidade para o futuro governador. “Uma coisa é certa: ninguém vai ficar confortável como o Cid ficou sem oposição na Assembleia”, disse, ponderando que “não é oposição por oposição”. Wagner admitiu que poderá liderar o bloco na Assembleia Legislativa, embora diga que há outros nomes.
Articulações
Enquanto os três líderes oposicionistas se reuniam na Capital do País, em Fortaleza, a maior parte do “bloco” se encontrou para traçar articulações de como o grupo deverá se comportar assim que os trabalhos da próxima legislatura se iniciarem. O grupo teria encontro com o senador eleito Tasso Jereissati (PSDB).
Para o deputado Danniel Oliveira (PMDB), que participaria do encontro, “a ideia dessas conversas é de que o grupo se mantenha unido em oposição proporcional, debatendo as muitas questões que foram atropeladas no governo Cid, leis equivocadas que ultrapassavam o interesse do Estado, por exemplo”.
“O bloco”, que já conta com 13 parlamentares, deverá aumentar, de acordo com as expectativas da oposição. Segundo o deputado Danniel Oliveira, que faz a mediação do grupo com outros dois deputados que passariam a integrar a frente oposicionista, o grupo tem tido “conversas boas” com esses parlamentares, disse, sem expor o nome dos interessados a fazer oposição a Camilo Santana.
Se confirmada a ida dos parlamentares, o novo governo deverá encontrar uma oposição de 15 parlamentares no “bloco”, além de outros dois: Heitor Férrer (PDT) e Renato Roseno (Psol), que não detêm ligações com o grupo. (Colaborou Renato Sousa)