EUNÍCIO NO VERDE E CAMILO, AO MENOS NAS CONTAS, NO VERMELHOA prestação de contas dos candidatos, divulgada na semana passada, trouxe como dado mais intrigante a ausência de “lançamento de receitas” pela candidatura de Camilo Santana (PT). Cumpriu a formalidade exigida pela legislação eleitoral, mas, a se considerar o que está declarado, não arrecadou um real sequer. Estão computados R$ 1,38 milhão em despesas. O que, se a informação estiver correta, significa que a candidatura governista está no vermelho em mais de um milhão. No comitê do PT não há registro de receitas nem de despesas. No do Pros são declarados R$ 11,5 mil em doações, todos de “origem não identificada”. A campanha de Mauro Filho (Pros) ao Senado elenca R$ 155 mil em doações, mas identifica como fonte: “Eleição 2014 Camilo Sobreira de Santana Governador”. Como a campanha do próprio Camilo não declarou nenhuma arrecadação, tem-se uma situação financeira difícil de entender. A campanha de Eunício Oliveira apresentou doações recebidas apenas por meio do comitê financeiro do PMDB. São R$ 7 milhões declarados. R$ 30 mil doados pela Corpvs, empresa da qual Eunício é sócio, e o resto da direção nacional peemedebista – R$ 1 milhão dos quais tiveram como doador originário a Construtora OAS. As despesas somam R$ 2,28 milhões, mais que a soma dos três adversários. Não cabe especular sobre o significado da receita zerada na candidatura petista. Talvez haja doações apalavradas, mas não computadas, com base nas quais são realizadas as despesas que efetivamente se vê na rua e que estão contabilizadas em mais de R$ 1 milhão. Mas é estranho imaginar que o candidato do governador arrecadou menos que PSB e Psol.