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Coluna Política - QR Code Friendly
Sexta, 18 Julho 2014 07:05

Coluna Política

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  Uma das boas novidades das eleições recentes foi a obrigatoriedade de os candidatos apresentarem à Justiça Eleitoral documento com algumas propostas. O princípio chega a ser meio absurdo: é preciso uma lei para forçar quem disputará cargo público a assumir compromissos. Se não for assim, do lado dos candidatos, há quem não apresente. E, do lado do eleitor, tem quem vote do mesmo jeito. Apesar desse porém, a iniciativa tem se revelado interessante. Não pelas grandes ideias, definitivamente. Mas pelo que expõe das candidaturas e da relação com o eleitor. Os quatro programas apresentados pelos candidatos a governador do Ceará se limitam a servir como propagandas deles e, quando muito, de suas ideias. Mas são inúteis em outro papel crucial que deveriam cumprir, como instrumentos de cobrança a quem for eleito e de controle social dos governantes. Nos planos entregues por Ailton Lopes (Psol), Camilo Santana (PT), Eliane Novais (PSB) e Eunício Oliveira (PMDB), não há em nenhum deles um, um escasso compromisso com prazo no qual pretendem implantar seus compromissos. Não há uma quantificação em relação às promessas que fazem, das 11 páginas que Camilo apresentou às 123 páginas de Ailton. Anunciam que vão “criar”, “ampliar”, “maximizar”, mas não fornecem um numerozinho só que permita mensurar, uma vez eleito o candidato, se está cumprindo o discurso de campanha ou não. Não defendo que se quantifique o que não pode ser medido – e algumas das coisas mais importantes da vida, como da gestão, não podem ser mesmo contabilizadas. Mas muitas outras podem e não são. Por duas razões: ou exatamente para os políticos não serem pegos pela palavra e sofrerem cobrança – algo que é crucial no controle da administração pública – ou porque não têm mesmo noção muito clara de como proceder dentro da gestão e só uma vez lá dentro tomarão pé do que dá e do que não dá para fazer. É o que muitas vezes ocorre e está muito errado, para prejuízo extremo do eleitor que votou com base em inconsistências. O discurso de campanha que não serve como instrumento de cobrança é inútil.
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