A história política cearense escreveu ontem algumas de suas principais definições para os próximos quatro anos. Em dia decisivo, Pros, PT e PMDB fizeram convenções que lançaram os candidatos das maiores alianças que disputam o governo do Ceará. Marcados por duros ataques entre antigos aliados, eventos de Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) tentaram um jogar ao outro a pecha de “candidato dos poderosos”.
Em convenção da base aliada no Centro de Fortaleza, Cid Gomes (Pros) lançou oficialmente o petista Santana à sua sucessão. Não muito longe dali, evento da oposição no Benfica confirmou a já anunciada candidatura de Eunício. As vagas de vice-governador e senador seguem em aberto e serão divulgadas na tarde de hoje.
Apesar de nascida entre líderes que permaneceram aliados por mais de sete anos, disputa já deu sinais de que será das mais acirradas. “Aonde estão os barões da política do Estado do Ceará? Os milionários, boa parte deles que enricou da política? Tão do lado de lá.”, disse o governador Cid Gomes (Pros). O revide veio em mesmo tom: “Vamos dizer aos poderosos de plantão: não adianta juntar os poderosos ao redor sem juntar o povo”, afirmou Eunício.
O acirramento não parou por aí. Em seu discurso, Cid Gomes acusou adversários de estarem movidos pela “semente do ódio” e de “jogarem da cintura para baixo, na canela”. Eunício, por sua vez, destacou que “sempre teve carteira assinada” e que, ao contrário de seus adversários, não depende de governo para se manter financeiramente.
Troca de ataques ocorreu sobre palanques heterogêneos, unindo antigos rivais.
Chapas históricasCom a candidatura do deputado estadual Camilo Santana, o PT terá seu primeiro postulante ao governo do Ceará desde 2002. O partido, que sempre concorreu pelo Estado mas que abriu mão das disputas de 2006 e 2010 para apoiar Cid, terá agora o apoio do governador para voltar às corridas pelo Executivo estadual. Com candidato petista, Cid terá na figura da presidente Dilma Rousseff seu trunfo para a campanha.
Já candidatura de Eunício terá, no apoio de Tasso Jereissati (PSDB) ao senador, a primeira aliança entre o “galeguinho” e o PMDB desde que ele trocou a legenda pelo PSDB, em 1989. Chapa PMDB e PR marca ainda reencontro de Tasso e Roberto Pessoa, antigos rivais no Estado.