Um dos centros da divisão instaurada dentro do Psol nacional, o comando do partido no Ceará decidiu apoiar a candidatura da ex-deputada federal gaúcha Luciana Genro a presidente. Assim, a pré-candidatura de Renato Roseno a presidente da República foi retirada e ele concorrerá a deputado estadual pelo Ceará. Depois de meses de divisão interna, Luciana teve a candidatura confirmada ontem por unanimidade, na convenção nacional realizada em Brasília.
Grupo que tem maioria no Psol cearense, a tendência Insurgência era contrária à candidatura presidencial do senador Ranfolfe Rodrigues (AP), que venceu a própria Luciana durante votação realizada no 4º Congresso Nacional da legenda, realizada em Luziânia (GO), em dezembro passado. Porém, no último dia 13, ele anunciou a desistência da candidatura.
No Ceará, a Insurgência reúne, além de Roseno, o vereador João Alfredo. Ambos devem concorrer à Assembleia Legislativa. Em eleições estaduais passadas, o partido sempre teve nomes que, individualmente, obtiveram votações bastante expressivas, mas o partido não alcançou o quociente eleitoral, número mínimo de votos para emplacar um parlamentar. Ao lançar os dois para o mesmo cargo, o Psol concentra suas principais forças na busca por ao menos uma vaga na Assembleia Legislativa. Talvez até surpreendendo e conseguindo duas, como ocorreu na última eleição para a Câmara de Fortaleza.
“A candidatura da Luciana unifica o partido. A postulação do Roseno à Presidência era uma postura contra a candidatura de Randolfe Rodrigues”, explicou João Alfredo.
Ele informou ainda que Soraya Tupinambá, candidato do Psol ao Governo do Ceará em 2010, e Cecília Feitoza, presidente da sigla no Ceará, serão candidatas a deputadas federais.
O Psol cearense pretende lançar 43 candidatos a deputado estadual e 15 candidatos a deputado federal, em coligação com PSTU e PCB.
Randolfe desistiu de disputar a Presidência por não ter sido capaz de unir o partido. O senador estuda a possibilidade de se candidatar ao Governo do Amapá.
Ouvir as ruas
Luciana Genro anunciou que uma das plataformas da campanha será a tentativa de resposta às manifestações de junho do ano passado.
“Queremos dar voz a essas demandas que vieram das ruas e que não foram atendidas pelos governos. O transporte público continua uma porcaria, a educação e a saúde continuam precárias”.
Ela informou ainda que o partido pretende rediscutir a maneira como a arrecadação de tributos está estruturada no Brasil, promovendo uma “revolução tributária”.
Questionada, em entrevista coletiva, sobre possível racha no partido devido à ausência de Randolfe na convenção, Luciana negou. “Randolfe se manifestou favorável à candidatura pelas redes sociais. Ele achou por bem cuidar dos interesses do Amapá”, respondeu. Na carta em que anunciou a desistência, no último dia 13, Randolfe explicou que deixava a pré-campanha presidencial “para retomar em plenitude as tarefas como senador e a importante função de representante do Amapá”. (com Agência Brasil. Colaborou Raul Galhardi)
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