O evento comemorativo aos 60 anos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) teve também fortes conotações políticas. Com vários potenciais candidatos ao Governo do Estado presentes, o senador Eunício Oliveira (PMDB) era um dos mais animados e deixou ainda mais evidente sua provável postulação ao Palácio da Abolição no próximo ano. Pela primeira vez, ele se referiu a si mesmo como próximo governador, embora em tom de brincadeira.
“Você não falou com o atual governador, mas está falando com o próximo”, disse o senador à reportagem do O POVO, aos risos. Ele se referia ao fato de Cid ter deixado o evento sem falar com parte da imprensa, com a justificativa de que já tinha concedido entrevista antes para alguns veículos. Pouco antes, durante coletiva, Eunício havia dito que sua candidatura, caso se confirme, não será uma decisão individual, mas sim balizada por todo o partido. “No PMDB só tenho o voto e a vontade de ser governador. O resto é com vocês”, sinalizou.
Ele voltou a ressaltar que pretende manter o atual arco de aliança, inclusive com a participação do grupo do governador. “Não sou candidato de oposição”, frisou. Porém, ao ser perguntado se, em nome da manutenção da aliança, o PMDB aceitaria indicar o candidato a vice-governador, respondeu com outra pergunta: “Por que a vice e não a cabeça de chapa?”. E completou em seguida: “O cargo de vice é muito honroso, mas não vou deixar de ser senador para ser vice”.
Cid não comenta
Enquanto isso, Cid segue em sua estratégia de não comentar publicamente as articulações para a eleição do próximo ano. “2014, a gente trata em 2014”, desconversou. Entre os possíveis indicados de Cid à sucessão, estavam no evento o deputado Mauro Filho, o presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque e o ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino - todos do Pros.
O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Walter Cavalcante (PMDB) brincou dizendo que, entre os que estavam no palco do evento, faltava Leônidas, “entre os governamentáveis”. “Eu e o Mauro Filho”, respondeu Leônidas.