Os números foram anunciados durante a entrega de 22 novas ambulâncias para Samu
FOTO: FÁBIO LIMA
Hospitais de todo o Ceará têm até o próximo dia 23 para indicar à Secretaria da Saúde (Sesa) a capacidade de realização de cirurgias eletivas. A informação foi pedida pela Sesa em chamada pública lançada no último domingo, 8, com o objetivo de acabar com a espera por procedimentos do tipo no Estado. Segundo o governador Cid Gomes (Pros), a fila é estimada em 20 mil pessoas. De acordo com Cid, projeta-se que o Governo gastará cerca de R$ 60 milhões para arcar com as cirurgias. Parte dos recursos deve vir do Governo Federal. Podem participar da chamada inclusive hospitais particulares e filantrópicos.
O titular da Sesa, Ciro Gomes (Pros), destaca que, apesar da estimativa, “o governador, como quer que a gente atenda todos os cearenses, mandou fazer projeto com uma folga. Então, nós somos capazes de fazer 30 mil cirurgias, mas, se aparecer 40 mil, vamos fazer também”, garantiu o secretário, ontem, no Palácio da Abolição, durante a entrega de 22 novas ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A chamada pública, afirma Ciro Gomes, dá transparência ao processo. No documento, solicita-se que as unidades informem à Sesa os tipos de cirurgias que estão aptas a fazer, a quantidade mensal de procedimentos e custo. “Todos farão uma oferta. Em seguida, nós divulgaremos essas ofertas e vamos obrigar que todas sejam reduzidas ao menor preço que encontrarmos. Faremos outra chamada pública com a definição dos critérios dos pacientes, porque tem gente esperando há cinco, sete, três anos e eu quero que essas pessoas não precisem dever favor a ninguém pra fazer (a cirurgia)”, destacou Ciro. De acordo com o secretário, o valor a ser pago é maior que o previsto na tabela do Sistema Único de Saúde. Ele afirma que algumas cirurgias têm precedente para serem mais caras e que, mesmo que seja preciso pagar até 80% a mais, “é perfeitamente praticável no nosso orçamento”, afirmou.
Ciro Gomes afirmou que as pessoas esperam por cirurgias eletivas por causa da defasagem dos valores oferecidos e “porque a rede pública na sua rotina não dá resolutividade na velocidade ideal”. Além disso, garantiu que os hospitais privados se interessarão pela chamada “porque não vai ser só dinheiro a motivação. Vou chamá-los à uma responsabilidade e eles nunca me faltaram. Vai ser um exercício de liderança que o governador Cid Gomes vai fazer também sobre os parceiros”. Não há prazo definido para o início da realização das cirurgias.
“Piscinão” do HGF
Faltando dois dias para o término do prazo dado por Ciro Gomes para o fim do “piscinão” do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), o secretário reforçou que, com as iniciativas de abertura de novos leitos, “com certeza vai dar certo” dar fim à ala improvisada.
Questionado se o término do “piscinão” teria afetado a rotina de cirurgias eletivas do HGF, Ciro Gomes respondeu: “só neste planeta chamado Ceará, de uma política estúpida e de uma imprensa desocupada de fazer seu papel crítico, a gente pode fazer essa discussão”. Para o secretário, não é correto discutir se será primeiro atendida uma pessoa que aguarda uma cirurgia eletiva ou alguém que precisa de um procedimento de urgência. “Todo cearense, todo doente, eu tenho por ele o maior carinho. Apenas a minha governança me obriga que eu estabeleça, dado um conflito, que o leito prevalente é de urgência”, reforçou.
Bastidores
O governador Cid Gomes, o irmão Ciro e outras autoridades ganharam, assim que chegaram ao pátio do Palácio da Abolição ontem, casacos de socorristas do Samu. Permaneceram com as vestes até o fim do evento mesmo com o forte calor.
Deputados federais e estaduais, além de representantes dos municípios que receberam as ambulâncias, foram ao evento.
Questionado sobre a usina termelétrica a ser construída para fornecer energia para o Acquário Ceará, Cid minimizou o fato.
“Se trocar o nome termelétrica por gerador a gás todo mundo vai achar natural. O aquário é um equipamento que tem que ter absoluto cuidado e padrão de filtragem, de temperatura de água e tem muita gente lá dentro. Você não pode simplesmente ficar no escuro se faltar energia”, justificou. Segundo o governador, “desde o início já estavam previstos três geradores e deram esse nome bonito de termelétrica”.
O vereador João Alfredo (Psol) apresentou requerimento, ontem, na Câmara solicitando esclarecimentos do Estado sobre o equipamento.
A termelétrica terá custo de R$ 16 milhões, segundo publicado no Diário Oficial. O valor foi questionado pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT), na Assembleia, na última semana.