Motivado pelas recentes informações sobre a transferência da Base Aérea de Fortaleza para o Rio Grande do Norte, o deputado Heitor Férrer (PDT) propôs o envio de requerimento ao Ministério da Defesa, à bancada cearense e ao governador Cid Gomes, para que possam se mobilizar em prol da manutenção da Instituição no Estado. Alguns parlamentares cobram mais empenho da bancada federal para evitar a mudança.
Para Heitor, caso se confirme a transferência, a perda do equipamento é um “desrespeito” ao Ceará, principalmente neste momento, em que Cid Gomes e seu grupo político trocaram de legenda para manter apoio à presidente Dilma Rousseff. Ele ressaltou que, recentemente, Cid Gomes se reuniu com o comando da Aeronáutica, que teria informado que apenas o setor de instrução seria transferido, o que, segundo ele, trará prejuízo ao Ceará. De acordo com o deputado, a estrutura conta com 1.200 militares e 100 civis, que são mantidos com um orçamento de R$ 200 milhões/ano.
“Vamos perder, somente com a folha de pagamento, cerca de R$ 200 milhões anuais. São pessoas que moram aqui e movimentam a nossa economia. Com a saída da Base, esses servidores públicos federais vão levar salários para outro estado”, disse o parlamentar, acrescentando que a declaração do comando da Aeronáutica não resolve o problema.
O deputado Neto Nunes (PSD) também concordou que a transferência significará prejuízo, assim como ocorreu com a mudança do Batalhão de Engenharia do Exército de Crateús para a Bahia. O deputado Manoel Duca (Pros) defendeu a manutenção da instituição e pediu empenho do governador Cid Gomes.
“BRIGA POLÍTICA”
Para João Jaime (DEM), a discussão é resultado de uma “briga política”. O parlamentar lembrou que , em 1999, durante a gestão Tasso Jereissati (PSDB), políticos norte-rio-grandenses fizeram um grande movimento para retirar a Base Aérea do Ceará. Agora, a história se repete. “Na época, foi feito um estudo econômico e foi constatado um prejuízo muito grande. Tasso, à época, foi ao presidente da República e conseguiu reverter. Agora, deve ser o mesmo movimento e não há reação política da bancada federal”, criticou.