Você está aqui: Início Últimas Notícias Debates marcam participação da Procuradoria da Mulher na Itinerante em São Benedito
A procuradora Especial da Mulher da AL, deputada Augusta Brito (PCdoB), avaliou como positiva a participação da procuradoria no município, enaltecendo a Lei 14.192/21, que estabelece normas para combater a violência política contra a mulher durante as eleições e no exercício de direitos políticos e de funções públicas.
“Somos subjugadas constantemente, desde as nossas campanhas até os nossos mandatos. Essa lei veio para nos dizer que qualquer ação ou omissão que prejudique a mulher dentro dos locais de poder, ou seja, dentro da política, ela se caracteriza como uma violência política contra a mulher”, afirmou.
A primeira-dama de São Benedito, Yandra Vasconcelos, que também integrou a última rodada de debates, ressaltou a importância dos temas que estão sendo abordados pela Procuradoria Especial da Mulher, principalmente a lei citada pela deputada Augusta Brito.
“Além da violência doméstica, precisamos ter atenção especial à violência política, que, para quem não conhece, é quando a mulher entra para a política e enfrenta diversas barreiras para ser ouvida”, destacou.
Corroborando com as mesmas dificuldades de campanha que toda mulher enfrenta, citada pela parlamentar, a vereadora do município de Carnaubal Lais Helena contou que já passou por muitos problemas a respeito de violência política e sente na pele essa rejeição. “Muitos homens não aceitam a minha eleição, questionam o meu trabalho e dizem que eu sirvo apenas para tirar fotos. Minha campanha foi um divisor de águas. A mulher, quando entra na vida pública, abdica de muitas coisas. Só não abdicamos de lutar pelos nossos direitos”, declarou.
DEBATES
Participante de uma das rodas de conversa, a indígena Jacinta Maria da Conceição, 61 anos, contou que já foi casada duas vezes, mas nunca deu o braço a torcer para homem. “O mesmo direito que os homens possuem nós também temos. O marido que não dá valor a sua mulher ele é que não vale nada. A mulher foi feita para ser respeitada e acariciada, nunca maltratada”, enfatizou.
Para a estudante do 2º ano Ana Lívia Bezerra Ribeiro, 17 anos, da Escola de Ensino Fundamental e Médio Ministro Antônio Coelho, o debate abriu sua mente sobre os relacionamentos abusivos existentes. “Para nós, estudantes, é importante conhecer um pouco mais sobre a Lei Maria da Penha, pois só assim podemos reivindicar os direitos que a mulher possui e que muitas vezes é negligenciado”, contou.
A advogada da Procuradoria Especial da Mulher, Laryssa Rodrigues Brito, disse que as rodas de conversas, modelo adotado na Sessão Itinerante de São Benedito, trouxeram muitos ensinamentos e questionamentos, principalmente na análise da necessidade de o município organizar as demandas do local.
“Todas as demandas da região serão encaminhas à Procuradoria Especial da Mulher de São Benedito, para juntas traçar novas metas com políticas públicas para as moradoras da cidade e de toda a Ibiapaba”, comentou.
Já a psicóloga da procuradoria, Melina de Paula, avaliou que, no início, os estudantes adolescentes acabam se retraindo um pouco, porém, quando eles conhecem mais sobre os direitos das mulheres, acabam se abrindo e contando um pouco mais sobre suas vivências pessoais.
“Já teve caso de, após a roda de conversa acabar, algumas meninas nos procurarem pessoalmente para relatar vivências com alguns dos temas abordados e saber como proceder em caso de denúncias”, acrescentou. Além das rodas de conversas, os debates aconteceram com apresentações musicais de mulheres artistas da região, entre elas, a sanfoneira Franciane Maria; Alice Brasil, na voz e no violão, e Luísa Azevedo, no saxofone.
DL/LF