Você está aqui: Início Últimas Notícias Cabeceira destaca o bicentenário do escritor Fiódor Dostoiévsky nesta terça
Fiódor Dostoiévski nasceu na Rússia, em 11 de outubro de 1821. Filho de Mikhail Dostoiévski e Maria Fiodorovna Netchaiev, ficou órfão de mãe no dia 27 de fevereiro de 1837. Nesse mesmo ano, foi enviado para São Petersburgo, onde cursou a Escola de Engenharia Militar.
O escritor russo passou a se dedicar à composição de dois dramas históricos, “Boris Godunov” e “Maria Stuart”, em 1841, mas não concluiu. Após dois anos, terminou os seus estudos e começou a trabalhar na seção de engenharia de Petersburgo.
Traduziu duas obras românticas: “Eugênia Grandet”, de Balzac, e “Dom Carlos”, de Schiller. Em 1944, demitiu-se do cargo público e começou a escrever o seu primeiro romance, “Pobre Gente”, novela que descrevia o ambiente medíocre onde vivia. A obra foi publicada em 1846.
Em 1847, Fiódor Dostoiévski envolveu-se na conspiração do revolucionário Mikhail Petrashevsky no combate ao regime de Nicolau I. Foi preso e condenado à morte, mas, no último momento, teve a sua pena comutada em deportação. Passou cinco anos na Sibéria, sujeito ao regime de trabalhos forçados na companhia de criminosos comuns.
Anistiado em novembro de 1859, Dostoiévski voltou para São Petersburgo totalmente transformado pela dura experiência. As recordações da vida no cárcere são descritas nos livros "Memórias da Casa dos Mortos" (1861) e "Memórias do Subsolo" (1864).
Fiódor Dostoiévsky é autor das obras-primas da literatura universal “Crime e Castigo” e “Os irmãos Karamázov”. Seus romances abordam questões existenciais e temas ligados à humilhação, culpa, suicídio, loucura e estados patológicos do ser humano.
A obra “Crime e Castigo”, seu primeiro grande romance, publicado em 1866, narra a história do estudante Raskólnikov, paupérrimo, que resolve matar uma miserável para salvar a si e sua família, mas logo se vê obrigado a matar outra pessoa inocente, e sai sem ter roubado nada. O contexto do livro é uma reflexão existencial sobre como o ser humano se relaciona com as questões divinas.
Já o livro “Os Irmãos Karamázov”, publicado em 1880, foi a última obra de Dostoiévski e é considerada a sua obra-prima. O romance é uma verdadeira teia de personagens e a obra é permeada pelo discurso indireto, com livres reflexões do próprio autor sobre os personagens.
Alder Teixeira é especialista em Literatura Brasileira, mestre em Literatura Brasileira e doutor em Artes. É professor universitário e autor de contos, crônicas e ensaios sobre arte, tendo publicado vários livros.
Cláuder Arcanjo é também escritor com vários livros publicados. É um dos fundadores da Editora Sarau das Letras. É membro da Academia Mossoroense de Letras, da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, da Academia de Letras do Brasil e de outras entidades.
Produzido e apresentado pela jornalista Rosanni Guerra, com coordenação de Clara Pinho e edição de Samuel Frota, o Cabeceira vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h20.
WT/CG