A publicação compartilha experiências do projeto Vozes Mulheres, que aborda relatos de mediações de leituras afro-brasileira na Escola Estadual de Ensino Fundamental e MédioAloysio Barros Leal.
O deputado Renato Roseno (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL, elogiou a força e resistência de estudantes e professores envolvidos no projeto, ressaltando que a palavra é carregada de vida, de esperança e de emancipação.
O parlamentar convidou ainda as autoras do livro e envolvidos no projeto a pensarem juntos formas de tornar a experiência inspiração e política pública a partir de propostas do Legislativo estadual, permitindo que Lei federal 10.639/03, que torna obrigatória a inserção da história e cultura afro-brasileiras nas escolas, seja efetivada na rede de ensino do Ceará.
João Milton Cunha, diretor executivo do Inesp, apontou ser uma honra para o órgão lançar um livro como o Cartas para Conceição, afirmando que a obra possibilita inúmeros desdobramentos para os leitores, educadores e para a sociedade.
A autora Camile Baccin afirmou durante o lançamento que a educação tem que ser emancipadora e o projeto propôs quebrar paradigmas sobre a literatura, os escritores, levando a cultura e a intelectualidade afro-brasileira para a sala de aula com o livro Olho D´Água, da escritora Conceição Evaristo.
Segundo ela, olivro entrou na vida dos estudantes e as ideias foram abraçadas por eles, que se identificaram e leram a partir de diversos olhares. Para Camile, o debate sobre gênero, raça e classe precisa ser cotidiano, precisa estar na pauta diária da educação pública e privada e é a partir da sala de aula, da leitura, do protagonismo dos estudantes que será possível avançar nesse debate, avaliou.
Camile Baccin comentou ainda que, a partir da leitura das cartas que os estudantes escreveram para a autora, percebeu que o material precisava chegar a mais gente, ser compartilhado, por isso, a ideia do livro. Segundo ela, a iniciativa teve força porque houve confiança no potencial dos alunos e alunas e pelo compromisso com a educação de qualidade. Para Sarah Maria Forte, também autora do livro, a publicação compartilha também caminhos para educadores sobre o processo da educação antirracista.
As estudantes e participantes do projeto Kemily Daiany e Maria Eduarda Gonçalves compartilharam, durante o evento, um pouco a experiência de identificação, autoconhecimento e aprendizagem no processo.
Socorro Lima, diretora da escola, ressaltou que o lema da escola é “educar para transformar” e que o projeto Vozes de Mulheres e o lançamento do livro demonstra a posição da escola de ver cada aluno como uma história única.
O lançamento contou com mediação de Karine Pinheiro, da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) e participação de Vanessa Lobo, coordenadora da escola, professora doutora Elba Soares e o jornalista Clóvis Holanda.
Serviço
As publicações do Inesp podem ser acessadas pelo site da AL, no link.
SA/CG