Você está aqui: Início Últimas Notícias Maioria dos internautas afirma conhecer Pix, mas admite não saber usar ferramenta
O novo sistema entrou em fase plena de funcionamento na última segunda-feira (16/11) e promete, segundo o Banco Central, operar todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, 24 horas por dia, além de realizar pagamentos e transferências em até 10 segundos. Para utilizar a função, o usuário precisa cadastrar uma chave pelo aplicativo do banco em que é cliente. É por meio dessa chave, que pode ser o número do celular, e-mail, CPF ou uma sequência criada pelo próprio cliente, que pagamentos e transferências são realizados.
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) acredita que, por ser uma tecnologia nova, o Pix ainda não foi aderido por uma quantidade significativa da população, mas considera que, com maior atenção do consumidor ao novo sistema, mais pessoas devem começar a utilizá-lo nos próximos 90 dias. "É a modernidade, a tecnologia avançada, principalmente, a inovação e a comodidade. Muitas pessoas ainda têm medo, pois, com isso, o dinheiro, que era uma moeda de papel e passou a ser de plástico, com os cartões, agora se torna uma moeda virtual", disse.
O parlamentar, no entanto, afirma ser reticente quanto a alguns pontos, como a possibilidade de diminuição na geração de empregos, tanto nas unidades bancárias, como também em lojas e comércios. "Poderá ser de um prejuízo grande para boa parte dos empregos do Brasil", pondera.
A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) acredita que o resultado da enquete é reflexo da desinformação e da “desconfiança” da população de um sistema novo, principalmente por se tratar de algo que mexe com dinheiro, e sugeriu que o Banco Central e os bancos precisam fortalecer a divulgação do Pix para que os usuários se sintam mais seguros ao realizar qualquer tipo de transação por este novo meio.
“Acho que ainda há pouca divulgação clara dos procedimentos que devem ser feitos. Isso evitaria até que as pessoas fossem aos bancos para tirar dúvidas sobre isso, gerando filas. Não é o que deve acontecer. Tudo pode ser feito pelo aplicativo do banco, mas esta informação precisa amplificada”, analisa.
O deputado Acrísio Sena (PT), observa que, como qualquer outra novidade no campo financeiro, as pessoas ficam receosas em aderir. O parlamentar acrescenta que em um momento como o atual, onde uma crise econômica mundial foi agravada por uma pandemia, este receio tende a ser ainda maior. Acrísio Sena questiona ainda se o novo sistema desenvolvido pelo Banco Central pode sofrer alguma interferência do Poder Executivo e ressalta a necessidade clarificar mais informações sobre o Pix.
"Qual o controle do Governo sobre estas transações? Qual o nível de fiscalização? Como fica a privacidade das pessoas? As transações via Pix serão tributadas? Se sim, em qual percentual? São diversas dúvidas que surgem, agravadas pela total inoperância da equipe que hoje ocupa o Ministério da Fazenda", adverte o parlamentar.
Ricardo Coimbra, mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará, (Corecon - CE), analisa que, mesmo que cerca um terço dos internautas que participaram da enquete tenham conhecimento sobre o Pix e já o estejam utilizando, há um longo caminho até uma efetividade de uso pela população. “A campanha de divulgação da criação e existência desse mecanismo chegou até as pessoas, mas ainda está muito distante de saberem efetivamente o que é e como utilizar o sistema”, observa.
O economista aponta a necessidade da continuidade da divulgação do Pix por parte das instituições financeiras, os bancos, e também do Banco Central, reforçando a explicação de como utilizar o novo sistema que promete facilitar pagamentos e transferências bancárias.
Para o professor, é necessário sanar as dúvidas do cliente, sobretudo quanto às chaves do usuário, único dado vinculado à conta que ele irá compartilhar para efetuar as transações. “O foco maior deve ser, principalmente, quanto à criação das chaves e como trabalhar isso nos pagamentos e transferências financeiras”, ressalta.
GS/LF