Você está aqui: Início Últimas Notícias Entidades cobram mais rigor na proteção de unidades de conservação ambiental
O deputado Renato Roseno (Psol), autor do requerimento, enfatizou que vai dar entrada em uma proposta para transformar as unidades de conservação em um mosaico, modelo de gestão de áreas protegidas que busca a integração e o envolvimento dos gestores das unidades e da população local.
O parlamentar ressaltou também que vai cobrar o endurecimento da fiscalização que cuida das unidades de conservação. “É fundamental assegurar a integridade das unidades de conservação. São lugares que têm uma pressão grande do mercado imobiliário, sofrem com a mineração clandestina, degradação das dunas por carros, entre outras ações que estão destruindo essas regiões”, explicou.
Uma audiência pública para discutir as demandas da comunidade da Sabiaguaba e um debate para falar dos malefícios das mudanças climáticas causadas pelo desmatamento também foram encaminhamentos da audiência.
A vereadora Larissa Gaspar (PT) frisou a necessidade de garantir políticas de proteção ao meio ambiente, além de cobrar o cumprimento dessas ações. “Se não houver uma fiscalização eficaz, infelizmente a natureza vai acabar sendo degradada, e o melhor para a sociedade é que essas importantes áreas sejam protegidas”, salientou.
O secretário do Meio Ambiente do Estado (Sema), Artur Bruno, assinalou a necessidade de conscientizar a população para cuidar das áreas de conservação, além de buscar cada vez mais ações de preservação para essas unidades. “Foi criado o Parque Estadual do Cocó, que era uma reivindicação antiga do povo. Criamos ainda, na Sema, o Conselho Gestor do parque, que também conta com o regimento interno, e regulamento do uso das áreas externas. Agora estamos trabalhando em um plano de manejo para continuar cuidando dessas áreas de conservação”, explicou.
O presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), João Alfredo, ressaltou que o desmatamento em áreas de conservação é grande, destruindo não apenas plantas, mas também matando animais e danificando a estrutura das dunas. “O uso de áreas de conservação deveria ser indireto, apenas para visitação, mas isso não acontece. Existem até empresas de turismo que andam com carros em cima das dunas”, apontou.
Para a representante do Instituto Verde Luz, Beatriz Araújo, existe um grande descaso por parte da Prefeitura de Fortaleza com as áreas de conservação. “Os locais continuam sendo desmatados. Muitas comunidades, como as da Sabiaguaba, são completamente esquecidas pelo poder público, e são essas que mais cuidam das unidades de conservação”, disse.
Para Beatriz, ações como uma fiscalização mais dura precisam ser postas em prática. “Existe uma grande omissão quanto a esse assunto, e precisamos mudar isso e buscar ações efetivas”, assinalou.
Estavam presentes no debate representantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (Uece), Conselho Gestor do Parque da Sabiaguaba, Movimento SOS Cocó, Comunidade Boca da Barra e Comunidade da Casa da Farinha.
GM/CG