Você está aqui: Início Últimas Notícias Entidades defendem vaquejada e dizem que esporte não causa danos a animais
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Ceará (CRMV/CE), Célio Garcia, explicou que a participação do órgão nas vaquejadas consiste em fiscalizar o trabalho de médicos veterinários e zootecnistas, acompanhando suas ações na preservação e bem-estar dos animais envolvidos.
Ele informou que “após algumas divergências com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, que se posicionou publicamente de forma contrária à realização das vaquejadas, nós, do Conselho Regional, assumimos a posição de ser favoráveis à legalização da vaquejada. Entendemos que a proibição da vaquejada elevaria as possibilidades de maus-tratos aos animais, porque abriria uma brecha para a realização de vaquejadas clandestinas”, ressaltou.
O representante da Associação Brasileira de Vaquejada, Marcos Lima, informou que só o agronegócio do cavalo rende R$16 bilhões por ano no Brasil. “Grande parte dessa verba movimenta a economia do Nordeste”, pontuou. E acrescentou que “a vaquejada é um esporte que garante mais de 600 mil empregos. Devemos garantir a defesa da vaquejada”, disse.
Marcos Lima destacou ainda que, atualmente, o esporte protege os animais e evita qualquer dano aos bois. “Hoje existe o protetor de cauda, que evita que o rabo do boi seja quebrado, por exemplo. São vários equipamentos de segurança para os animais. Proibir a vaquejada é intolerância a uma cultura”, enfatizou.
O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), Francisco Augusto de Souza Júnior, apresentou as ações da entidade de 2009 até este ano na fiscalização de eventos agropecuários, especialmente as vaquejadas. “Essa fiscalização é uma das atribuições dos 40 escritórios da Adagri que atuam em todo o Ceará. Em 2009, apenas 24 vaquejadas foram fiscalizadas no Estado, enquanto que, este ano, o quantitativo subiu para 363. Enquanto apenas 11 municípios comunicavam a realização dos eventos, 118 municípios comunicaram a prática em 2015”, disse.
Já a promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Caomace), Jaqueline Faustino, observou que existem dois lados da questão. Alguns profissionais da saúde dos animais defendem que não existem maus-tratos na vaquejada, enquanto outros apontam que a prática é maléfica aos animais. “Existe um conflito social e jurídico entre o esporte e os maus-tratos”, explicou.
Também participaram da audiência o zootecnista e inspetor da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo de Quarto de Milha (ABQM), Antônio Travassos; os representantes da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), vice-presidente, Marcos Lima, e o advogado Vicente Braga; o prefeito de Brejo Santo, Guilherme Landim; a advogada Ana Carina, representando a OAB-Ceará, o vice-prefeito de Parambu, Júnior Noronha, além de autoridades e vaqueiros de todo o estado do Ceará.
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