Você está aqui: Início Últimas Notícias Médicos apontam diagnóstico precoce para prevenir e tratar câncer colorretal
Durante o evento, foram aprovados vários encaminhamentos, como ampliar o acesso dos pacientes com câncer colorretal a exame de colonoscopia, dar continuidade ao diagnóstico médico e formar um grupo de trabalho, com a participação da Sociedade Brasileira de Oncologia, representantes dos pacientes e da Assembleia Legislativa, para levar o debate para a esfera federal.
O deputado Dr. Carlos Felipe (PCdoB), que substituiu a deputada Fernanda Pessoa (PSDB), autora do requerimento, disse que esse debate é importante porque hoje a população foca muito no câncer de próstata, no câncer ginecológico e no câncer de mama. Mas o câncer colorretal é o segundo tipo na mulher e o terceiro no homem. "Esse tipo de câncer tem índices de incidência altíssimos e é uma doença facilmente tratada quando diagnosticada precocemente", explicou.
De acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Duílio Rocha, no Brasil, são registrados mais de 36 mil casos de câncer colorretal, com cerca de 24 mil mortes por ano. É o terceiro tumor mais incidente na população brasileira e é o segundo que mais mata. No Ceará, é o quinto tumor de maior incidência. Ainda existe o agravante de que 60% dos casos são diagnosticados tardiamente no País, o que representa o dobro dos diagnósticos tardios registrados em países ricos, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia.
Duílio Rocha informou que o câncer colorretal é uma das poucas doenças na oncologia que têm uma série de oportunidades para prevenir e tratar o paciente. Outras doenças não têm essa oportunidade de diagnóstico rápido. "Se a gente tiver como estimular medidas de prevenção, métodos de rastreamento para diagnosticar a doença precocemente, a gente vai ter um impacto muito importante na saúde pública", declarou.
Ele reconhece o esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) para dar assistência oncológica a cerca de 200 milhões de brasileiros, mas faltam políticas públicas para destinar corretamente os recursos. Segundo ele, existem drogas (medicamentos) no sistema público de saúde do Brasil que pararam no tempo, estão defasadas há 17 anos.
Para a presidente da Sociedade Brasileira de Proctologia no Ceará (SBCP), Sthela Murad Regadas, o exame de colonoscopia é muito importante para a prevenção e o tratamento do câncer colorretal. "Estudos realizados nos Estados Unidos revelam que é preciso investir nos pacientes acima de 75 anos de idade, porque houve um aumento de câncer nessa faixa etária de 29% para 40%. Entretanto, nos pacientes mais jovens, acima de 40 anos, também houve um aumento de 36% para 49%. Segundo ela, são duas faixas etárias a que os médicos não prestavam muita atenção e hoje é preciso acompanhar de perto, com a realização da colonoscopia.
Daniele Castelo Branco, vice-presidente da Associação Nossa Casa, que realiza tratamento com pacientes com câncer, as principais dificuldades que os doentes enfrentam são o acesso à informação, ao diagnóstico precoce e ao tratamento. "Tem pacientes que não têm sintomas aparente da doença. É preciso dar prioridade do acesso desses esses pacientes à colonoscopia, para que haja um diagnóstico em tempo hábil", pontuou.
Também participaram da reunião representantes do Conselho Estadual de Saúde (Cesau), da Associação de Mastectomizadas Toque de Vida e representantes da Rede Mama de Iguatu, Quixeramobim, Madalena e Quixadá.
WR/CG