O deputado Audic Mota destacou que a Assembleia tem um papel preponderante no trabalho que visa à inclusão de pessoas e de temas que ainda são tabus e merecem um olhar diferenciado por parte do legislador. “A Lei de Libras é parte disso. Temos aqui a satisfação de ter ao nosso lado o deputado Sérgio Aguiar (PDT) que, já como deputado estadual, teve a oportunidade de trabalhar e fazer uma norma para que a TV Assembleia pudesse estar adequada à transmissão das suas sessões e também, à Lei de Libras, atendendo à comunicação para surdos”, destacou.

Já o deputado Capitão Wagner ressaltou que a palavra “inclusão” precisa sair do discurso e ir para a prática. “Temos recebido muitas sugestões de associações e entidades que nos buscam para apresentar projetos. Os projetos, quando não saem da minha assessoria em si, saem do seio da comunidade”, relatou.

O deputado Sérgio Aguiar agradeceu a homenagem e falou sobre o projeto de resolução da Janela de Libras na TV Assembleia. “Dessa forma, procurei fazer com que todas as pessoas que tenham essa limitação possam acompanhar todos os temas que são debatidos aqui no Plenário da Assembleia”, explicou.

A presidente da Federação Nacional de Educação e Interpretação de Surdos, Vanessa Vidal, lembrou que o reconhecimento da Lei de Libras foi um marco histórico da comunidade surda. “Muitos da comunidade surda têm o mesmo sentimento: a necessidade da acessibilidade e os benefícios que a lei trouxe socialmente. Mas, mesmo com a lei pronta, a acessibilidade em si falta ser aprimorada em muitos aspectos, principalmente em nível social”, comentou.

Para a diretora da Secretaria de Acessibilidade da Universidade Federal do Ceará (UFC), Vanda Leitão, o fato de a língua de sinais ter sido reconhecida legalmente foi uma conquista de vários segmentos da sociedade, em especial, da comunidade surda brasileira. “Dos últimos 15 anos para cá, temos vistos muitos avanços em relação à educação de surdos, aos estudos voltados à língua de sinais, à acessibilidade linguística das pessoas surdas”, elencou, destacando ainda o desenvolvimento do Curso de Libras à distância pela UFC.

O vice-presidente da Federação de Desportos de Surdos do Ceará, Saulo Muniz, pediu um olhar diferenciado para a área do esporte, uma vez que a Federação já vai completar nove anos de existência e ainda encontra muitos problemas, como a falta de acessibilidade e a dificuldade de trazer pessoas do Interior para a capital cearense.

A presidente da Associação de Profissionais Intérpretes de Libras, Mariana Farias, destacou a contribuição de Ernando Pinheiro – homenageado “in memoriam” – para a comunidade surda, sobretudo de sua luta pelo projeto da Janela de Libras na TV Assembleia.

De acordo com o vice-presidente da Associação de Profissionais Intérpretes de Libras, Fernando Parente, a Libras proporciona aos surdos cultura, identidade e compreensão linguística. Ele comentou ainda sobre a importância do contato com a língua de sinais para o desenvolvimento da criança.

O evento homenageou vários dirigentes de entidades que atuam na inclusão dos surdos na sociedade. Receberam placas comemorativas Joaci Gomes, Haroldo José Guilherme, Ana Cristina, Cristiano Pontes, Kartya Moreira; Éder Furtado e  senhor Ernando Pinheiro recebeu homenagem “in memoriam”.

Também receberam homenagens Carla Alves, Carla Lima, Érika Eduardo; reverenda irmã Sônia Silvia Noronha,Vanda Leitão,Vanessa Vidal, Mariana Farias, e Fernando Parente.

Foram homenageados ainda o deputado estadual Audic Mota (PSB); o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Salmito Filho (PDT); o vereador de Fortaleza Acrísio Sena (PT), autor do requerimento da Janela de Libras da TV Fortaleza; e o deputado estadual Sérgio Aguiar (PDT), autor do projeto de resolução da Janela de Libras da TV Assembleia.

Também esteve presente na solenidade a professora doutora Cleia Rocha de Sousa Feitosa, representando o reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), José Jackson Coelho Sampaio.
BD/CG