Outros 31.6% acreditam que o ideal seria uma maior divulgação da legislação que disciplina a proteção dos recursos hídricos, fiscalização e punição mais rigorosa aos poluidores de mananciais. Já 7% preferiram não opinar.
O deputado Moisés Braz (PT), membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa, pondera que a nossa relação com a natureza e os recursos provenientes dela ds quais fazemos uso necessitam ser trabalhados desde os anos iniciais da vida. "Com a água não é diferente. Temos que educar nossas crianças para que entendam a importância da água para a vida e a ética envolvida no seu uso”, afirma.
Segundo o parlamentar, nas regiões onde a água é escassa, no caso do Nordeste, essa educação ganha um valor ainda maior. “Seja em comunidades urbanas, com sistema de abastecimento, ou nas zonas rurais mais distantes que dependem de chafarizes, poços ou cisternas, a cultura do cuidado com a água, minimização do desperdício e qualificação do controle tratamento deveria vir primeiro. Se um patamar educativo em relação à água for atingido de forma satisfatória, teremos indivíduos mais conscientes e consequentemente não iremos precisar fiscalizar e punir tanto”, acrescenta.
Moisés Braz destaca ainda que a aplicação da legislação que disciplina a proteção dos recursos hídricos necessita ser instrumentalizada e levada a cabo, com sanções a quem polui ou desperdiça, sob pena do descrédito do Poder Público por parte da população. "Água é vida e por isso merece se tratada com o devido cuidado", assinala.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) considera que há ainda muito a fazer para garantir água no planeta a todos os seres vivos. Ela acredita que a educação ainda é o melhor caminho para a conscientização sobre o desperdício e o reúso. No entanto, pondera que é fundamental que os gestores públicos invistam em tratamento de esgoto, proteção das áreas ambientais e reduza o desperdício das companhias de água. “Outra proposta em que nosso mandato tem se aprofundado é quanto à instalação de usinas de dessalinização. Somente a utilização da água do mar como potável poderá ajudar, principalmente no nosso Ceará, onde temos áreas de seca extrema na maioria dos municípios,", pontua.
O supervisor da Unidade de Tempo e Clima do Núcleo de Meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz, concorda com o resultado da enquete. Para ele, a implantação de uma nova cultura de cuidado com a água, redução de desperdício, tratamento e reutilização dos efluentes, informação qualificada e controle social é fundamental para o uso adequado e a preservação da água. "Especialmente no caso do Ceará, que está inserido no semiárido do Nordeste, com secas recorrentes e grande variabilidade espacial, temporal e interanual das chuvas, é ainda mais importante e crítico”, observa.
LS/AT