O parlamentar destacou que se sente honrado por ser o autor do requerimento para o lançamento de uma obra de Hilnê, pois “é uma pessoa por quem tenho grande apreço e admiração”. Heitor informou que a Assembleia possui agora, com o novo auditório no Anexo II, um equipamento público que está aberto a todos os cearenses que tenham interesse em lançar seus livros.
A professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Maria do Socorro Osterne, que fez a apresentação da obra, disse que “Ideólogos também Amam” é, em síntese, uma bela investigação no campo dos direitos humanos. Segundo ela, a autora, tal qual sua personagem principal, socializa seu saber, “desnuda-se ideologicamente, abre a janela de sua alma, fecha os olhos para o presente e voa livremente por onde precisa ou deseja, transitando do romance à denúncia com perspicácia e maestria”.
A professora ressaltou que Hilnê expõe com muita lucidez os fatos que constituíram o período da ditadura militar, vividos pela nação brasileira de 1964 a 1985. Para Socorro, ao mesmo tempo em que descreve crimes cometidos em nome de uma suposta segurança nacional, a escritora lembra a possibilidade das pessoas que amam “de se inebriarem com a delícia dos vinhos que se escondem nas adegas dos corações apaixonados”.
Além disso, de acordo com a professora, a obra chama a atenção para a sensibilidade que se deve ter no sentido de perceber o descaso dos poderes públicos para o segmento dos empobrecidos e para a fragilidade das políticas públicas ditas sociais. “Relembra o autoritarismo e a censura que oprimiu a imprensa, escritores, artistas e ideólogos, enfim, a todos que ousaram discordar do modelo político em vigor”, acrescentou.
Hilnê Costalima registrou seu orgulho em levar ao público sua décima produção literária, desta vez realizando o lançamento na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, “fato honroso a qualquer escritor”.
Para ela, a produção e inauguração de um livro é um deleite, pois “conduzir a palavra, brincar com ela e com ela zombar da vida, desmistificar os conceitos, voltar ao passado, viajar ao futuro e desenhar utopias é irmanar-se com o cosmos”. Investir na lingüística, continuou a autora, transacionar com a sinonímia, usar com propriedade a semiótica e respeitar os códigos do vernáculo é amar a língua pátria.
Por fim, Hilnê salientou que não é formada em letras, mas pode garantir que é uma amante deslumbrada do vernáculo e acredita plenamente no poder da palavra.
RT/CG