Para o deputado Carlos Felipe (PCdoB), é fato que os professores ainda estão longe de serem valorizados como deveriam e mereceriam no País, mas ele pondera que não podem ser desprezadas as conquistas valiosas da categoria nos últimos anos, como a instituição do piso salarial nacional dos profissionais do magistério público e, para o Ceará, a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Magistério Superior para as universidades públicas do Estado, ambos em 2008.
“As conquistas ainda não são as ideais, mas não podemos negar uma melhora nas políticas públicas de valorização do magistério, que estão em processo contínuo, embora agora exista essa proposta de emenda à constituição (PEC) 241/2016, que limita os gastos do Governo Federal e que pode representar uma séria ameaça às políticas públicas nacionais de valorização da categoria”, apontou o parlamentar.
Na avaliação da deputada Dra. Silvana (PMDB), ainda falta muito para que os professores sejam reconhecidos pelos gestores públicos do País como elementos primordiais de transformação social.
“A maioria dos nossos governantes, infelizmente, ainda não tem o real entendimento de que só com a valorização dos profissionais da educação vamos poder mudar o patamar do Brasil em relação ao desenvolvimento da nossa sociedade”, salientou a peemedebista.
A deputada Laís Nunes (PMB) também entende que, apesar dos indiscutíveis avanços alcançados pela categoria nos últimos anos, a valorização almejada ainda está longe da ideal. “Ainda temos muito a melhorar em relação às políticas públicas de valorização do magistério, que começam por uma relação mais harmoniosa entre gestores públicos e profissionais da educação. Infelizmente, ainda é comum que alguns gestores estabeleçam situações de conflito desnecessário com professores, que reivindicam os seus direitos, em uma clara demonstração de falta de percepção sobre a importância da educação na sociedade”, pontuou Laís Nunes.
Para Tânia Batista, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), a valorização da categoria passa por um lento processo de melhora. Para ela, o caminho é bastante longo para o real entendimento de que a consolidação de uma eficiente política de educação no Brasil passa pelo reconhecimento dos profissionais do magistério.
“O financiamento público para a educação, e consequentemente para a valorização do magistério, ainda é insuficiente diante das enormes carências que temos, como a formação dos professores e os salários, que deixam muito a desejar”, assinalou a professora.
Tânia Batista também considerou que a valorização do papel dos professores passa pelo reconhecimento que a própria sociedade dá a eles. “Claro que é importante que cobremos dos nossos governantes uma atenção mais direta e prioritária para as demandas da categoria dos professores, mas a sociedade também deve assumir uma postura mais firme em defesa da nossa educação e da valorização dos nossos professores”, acrescentou.
RG/AT