Você está aqui: Início Últimas Notícias Frente Parlamentar quer maior atenção do SUS à pacientes com câncer de mama
O evento reuniu médicos especialistas em câncer de mama e membros de associações de apoio à pacientes. O debate com o tema: “Câncer de Mama no Brasil: Por que não curamos mais?”, foi mediado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).
A presidente da Frente Parlamentar e autora da iniciativa, deputada Fernanda Pessoa (PR), definiu o encontro como um momento para se discutir melhorias na atenção a pacientes com câncer de mama da rede pública de saúde. “Sabemos do alto custo do tratamento e já demos nosso primeiro passo no sentido de colaborar, destinando R$ 640 mil para as associações de apoio às pacientes com diagnóstico. Todos os parlamentares colaboraram para chegarmos a esse valor que ainda é pequeno, mas que já fará diferença”, disse a parlamentar.
Presente no debate, a deputada Mirian Sobreira (PDT) relatou sua experiência após encontrar um nódulo em seu seio. “Recentemente fiz a biópsia de um nódulo e só a possibilidade de estar com a doença me desestabilizou. Felizmente não deu em nada, mas e quando a paciente não tem recursos como eu tenho e fica dependendo de um fluxo de atendimento que sabemos é demorado?”, questionou ela.
Para o presidente do Comitê de Controle de Câncer, o mastologista Luiz Porto, uma das causas para a quantidade de óbitos de pacientes com câncer de mama ainda é o medo do exame. Segundo ele, muitas mulheres evitam a mamografia por medo de sentir dor durante o exame e de seu resultado. “São esperados 2.160 casos de câncer de mama no Ceará somente este ano, e a mamografia ainda é a nossa principal arma contra a doença. Além disso, precisamos interiorizar o tratamento no nosso Estado, pois este ainda é muito concentrado na Capital, o que desgasta nossas pacientes”, enfatizou o médico.
Segundo o oncologista clínico Markus Gifoni, as pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) não têm acesso ao mesmo tratamento que as pacientes das redes suplementares quando o diagnóstico é de câncer de mama. “O acesso é insuficiente ao diagnóstico e menor ainda ao tratamento. Sabemos que o motivo é o alto custo do tratamento, mas mesmo em casos avançados da doença já foi comprovado que há custo benefício”, pontuou.
Participaram também do debate o assessor de relações governamentais da Femama, Thiago Turbay; o oncologista clínico, Eduardo Gronemberg e a defensora Pública da União, Lídia Nóbrega.
LA /CG