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“O fato de estarmos perto das pessoas está trazendo uma série de informações preciosas, que vão, ao final do trabalho, ajudar os governantes com políticas públicas novas, fora do senso comum”, afirmou o presidente do Comitê, deputado Ivo Gomes (PDT).
O deputado Renato Roseno (Psol), relator do Comitê, destacou que será elaborado um relatório, até 15 de julho, com base nas pesquisas de campo, nos grupos focais, nos seminários, nas audiências públicas e nos levantamentos de rede. Após isso, serão feitos encaminhamentos e recomendações ao Poder Público.
Já a presidente da Comissão da Infância e Adolescência da AL, deputada Bethrose (PMB), ressaltou a importância de se perceber o histórico dos jovens que vivem à margem da sociedade desde a infância. Também participaram da reunião os deputados Fernanda Pessoa (PR) e Júlio César Filho (PDT), parlamentares que mantêm grande vínculo com o município de Maracanaú, que destacaram a necessidade das ações preventivas na região.
Segundo os representantes do Grêmio da Escola Maria Carmem Vieira Moreira, são poucas as oportunidades dadas aos jovens da região até alcançarem o ensino médio, resultando em um crescente número de colegas que largam os estudos e se envolvem com o tráfico de drogas. “É preciso dar outra opção que não o crime. Vi muita coisa em outro local que eu estudava, onde colegas traficavam dentro da escola”, destacou a estudante do 2º ano do ensino médio Elaine Cristina Carneiro, de 16 anos.
Conforme o coordenador do escritório no Ceará do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Rui Aguiar, as situações dos meninos e meninas que cometeram homicídios ou que foram mortos são muito semelhantes. Essas condições incluem, principalmente, o abandono precoce da escola, as condições de habitação dos bairros onde moram e a presença do tráfico de entorpecentes nas regiões em que vivem.
“O que os adolescentes têm mostrado é a falta de oportunidades, agravada por uma condição de abandono no início. Há mais ou mesmo um padrão de adolescentes que, aos 12 anos, abandonaram a escola, têm um atraso escolar e, com isso perdem oportunidades”, afirmou. Ele destaca, porém, que esses fatores não explicam todos os casos, sendo necessário observar as demandas específicas.
O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência já realizou audiências públicas na sede da Assembleia e nos bairros Bom Jardim, Barra do Ceará, Jangurussu e Vicente Pinzón, em Fortaleza.
GR/AP