Segundo ele, apesar de o Ceará ser considerado a “Terra da Luz”, por ter sido o primeiro a libertar os escravos, a “desigualdade é pungente e vivida até hoje”. “O racismo chegou ao limite de as pessoas introjetarem a ideia de que não havia negros no Ceará, tamanha é a nossa alienação”. O parlamentar disse ainda que o Ceará precisa reconhecer os maracatus como patrimônio imaterial da cultura.

Secretário da Cultura do Estado do Ceará (Secult), Fabiano Piúba informou que, nos últimos anos, a Secretaria vem promovendo edital de Carnaval com a categoria voltada aos Maracatus. Em 2016, o edital selecionou 10 maracatus, que receberam R$ 276 mil em recursos. “Esse investimento é importante e fundamental, mas é pouco. A Secretaria da Cultura precisa qualificar ações de fomento ao maracatu que possam ir além do Carnaval. O maracatu cearense não é apenas expressão carnavalesca”, afirmou Fabiano. O secretário colocou a pasta à disposição dos que fazem o maracatu cearense, a fim de debater melhorias para as agremiações.

O coordenador do Patrimônio Histórico Cultural da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), Jober de Sousa Pinto, destacou que, ao longo do ano passado, a coordenadoria desenvolveu estudo que originou o registro do maracatu como patrimônio imaterial de Fortaleza, em dezembro último. Jober lembrou ainda que, desde 2013, todo dia 25 de cada mês são organizados cortejos de maracatu em diversas partes da Capital. Neste ano, por conta do feriado da Sexta-Feira Santa, os cortejos serão realizados na quinta-feira (24/03).

Receberam placas de homenagem da Assembleia Legislativa os maracatus Axé de Oxossi, Az de Ouro, Estrela Brilhante, Filhos de Iemanjá, Kizomba, Leão Coroado, Nação Baobab, Nação Fortaleza, Nação Iracema, Nação Palmares, Nação Pici, Rei de Paus, Rei do Congo, Rei Zumbi, Solar e Vozes da África.

Participaram da solenidade a coordenadora do Núcleo das Africanidades Cearenses (Nace) da Universidade Federal do Ceará (UFC), professora Sandra Petit; o professor e escritor Oswald Barroso e a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenele.

LF/AP