Você está aqui: Início Últimas Notícias Eduardo Paes fala sobre sensação de insegurança na sociedade atual
A conferência, que aconteceu no Complexo de Comissões Técnicas, foi coordenada pelo deputado Delegado Cavalcante (PDT), presidente da Comissão de Defesa Social da AL. E contou também com a presença do diretor geral da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp-CE), César Barreira.
Eduardo Paes falou sobre o trabalho “Segurança, Indefinições Conceituais e Problemas Práticos para as Políticas Públicas”, elaborado por ele para a Universidade Federal da Bahia, onde é professor. De acordo com ele, o número de assassinatos no Brasil é idêntico aos de países em guerra.
“O problema da segurança está presente tanto em países desenvolvidos como nos emergentes. Mas apresentam características diferentes”, disse Eduardo Paes. Segundo ele, após o atentado de 11 de Setembro, nos países desenvolvidos, houve uma diluição entre ameaças externas e internas; surgiram novas fontes de ansiedade; e a reativação dos serviços de segurança, que estavam meio que inoperantes desde a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética.
“Nos países emergentes, a redemocratização, ou seja, o fim dos subversivos, a guerra ao tráfico ocupou o lugar antes ocupado pelo chamado subversivo”, comentou Eduardo Paes, citando uma tese defendida por uma colega que também desenvolve estudos ligados à segurança.
Ele disse que estamos vivendo uma “sociedade belicosa”, onde os problemas interpessoais, como desavenças entre vizinhos não são resolvidas mais de forma civilizada. “Um cidadão chega e dá um tiro no outro”, ilustrou. Isso faz, segundo Eduardo Paes, com que as taxas de homicídios sejam muito altas. “Em Salvador, chega a 61 por 100 mil habitantes”, informou.
Além destas alterações, a demanda de segurança é fruto de políticas públicas, da pressão dos meios de Comunicação e da própria indústria da segurança.
O Ciclo de Conferências Segurança Cidadã é uma iniciativa do Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) em parceria com Aesp-CE e a Comissão de Defesa Social da AL. Ao longo deste ano, serão debatidos 11 temas. As conferências são abertas ao público, gratuitas e a carga horária total é de 44 horas, com expedição de certificado.
CP/LF