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Estudiosos apontam subfinanciamento e gestão como principais problemas do SUS      - QR Code Friendly
Sexta, 11 Dezembro 2015 17:15

Estudiosos apontam subfinanciamento e gestão como principais problemas do SUS

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Audiência pública para debater a crise do Sistema Único de Saúde (SUS) Audiência pública para debater a crise do Sistema Único de Saúde (SUS) Foto Dário Gabriel
O maior problema do sistema de saúde do Brasil é o subfinanciamento do setor e os aspectos relacionados à gestão. Foi esse o diagnóstico repassado por estudiosos que se reuniram na tarde desta sexta-feira (11/12), na Assembleia Legislativa do Ceará, para debater a crise do Sistema Único de Saúde (SUS). O evento atendeu a requerimento do deputado Renato Roseno (Psol).

O parlamentar teceu duras críticas à forma de gerenciamento financeiro e administrativo da saúde brasileira e disse que é preciso buscar um real diagnóstico do subfinanciamento da saúde. “Os gastos per capita das famílias brasileiras são superiores ao que o Poder Público investe. Esses gastos não podem ser sequestrados pelo capital privado. O Brasil tem a taxa muito menor de investimentos na saúde do que outros países do seu porte”, afirmou.
Áquilas Mendes, economista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), concordou com as afirmações de Roseno. Segundo ele, a história do SUS no Brasil é marcada pelo subfinanciamento e má gestão desde que foi instituído. Para ele, o SUS recebe recursos insuficientes para executar as tarefas que lhe são incumbidas.

“Nós já estamos com 27 anos em apuros com relação à fonte de recursos do SUS. Temos problemas com relação à aplicação dos recursos por parte dos governos Federal e Estadual”, destacou.

O estudioso afirma que, na divisão dos recursos dentro da seguridade social, a Constituição definia percentuais para cada política, bem como no caso da saúde. Segundo ele, 30% dos recursos da seguridade social seriam para a saúde, mas esse dispositivo cessou em 1990, na gestão Collor.
 
“Hoje não se aplica nem 5%. Se fossem aplicados os 30%, seriam R$ 205 bilhões destinados ao SUS. Para se ter uma ideia, o orçamento do Ministério da Saúde foi de R$ 95 bilhões”, pontuou.

Já o coordenador do Observatório de Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fernando Pires, disse que falta prioridade por parte do SUS com o ser humano. De acordo com Pires, um sistema que só considera a economia e o lucro não conseguirá andar com propriedade.

O evento contou também com a participação do representante do Conselho Estadual de Saúde (CESAU), Clayton Martins; do provedor da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, Luiz Marques; do representante do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (COSEMS/CE), Ângelo Nóbrega; do médico Marcelo Alcântara e da diretora do Hospital Martiano de Alencar, Silvana Furtado.
DF/AP

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 1994 vezes Última modificação em Sexta, 11 Dezembro 2015 17:28

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