Você está aqui: Início
Últimas Notícias
Eliane Novais registra trabalho de CPI no combate ao trabalho escravo no Brasil


“A bancada ruralista tenta proteger de todas as formas os escravagistas. Esta mesma bancada conseguiu aprovar o malfadado Código Florestal e adiou por duas vezes a votação da PEC do trabalho escravo. Daí a importância da nossa ida a Brasília, porque foi uma forma de fazer esta Casa estar presente neste debate, contribuindo com os trabalhos de investigação da CPI”, disse.
Segundo a deputada, o Ceará será o primeiro estado a receber uma visita de representantes da CPI, pois tem quatro estabelecimentos na “lista suja” do Ministério do Trabalho. “Comparado a outros Estados, como Pará e Maranhão, os dados não são tão alarmantes. Contudo, é possível que estes números não correspondam à realidade. O Ceará ainda exporta pessoas para o trabalho escravo em outros estados. Não podemos conviver mais com essa situação vergonhosa”, acrescentou.
Eliane Novais comentou que dados da Comissão Pastoral da Terra do Ceará e da Superintendência Regional do Trabalho – do Ceará (MTE) apontam que entre 1995 e março deste ano, 42.116 trabalhadores submetidos a trabalho escravo foram resgatados. Ainda de acordo com estas instituições, desde 1995, 319 trabalhadores foram libertados do trabalho escravo no Ceará. De 2003 a 2010, 407 trabalhadores cearenses foram libertados em outros estados da Federação. As principais atividades econômicas onde foram flagrados trabalhadores cearenses em condições análogas à de escravidão são relacionadas à exploração de cana de açúcar, carvão, melão e limpeza sob fios de alta tensão, disse a parlamentar.
Além da reunião da CPI em Brasília, Eliane Novais também participou da solenidade em que a presidente Dilma Rousseff empossou os integrantes da Comissão Nacional da Verdade. “A Comissão é uma conquista da democracia, dos que lutam pela apuração das violações dos direitos humanos ocorridas no passado”, afirmou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) disse que o trabalho escravo não está só nas grandes fazendas, mas também em residências como empregados domésticos.
MM/CG