Você está aqui: Início Últimas Notícias Defensor público diz na AL que pretende pedir usucapião do Campo do Paulista
A questão envolvendo a posse e a propriedade do Campo de Futebol do Paulista, localizado no bairro Serviluz, foi discutida pela Comissão de Cultura e Esporte da Assembleia Legislativa do Ceará, por sugestão do deputado Ferreira Aragão (PDT). Ele abriu o debate criticando a ausência de representantes da imobiliária Craveiro, que alega ser dona do imóvel. “Gostaríamos de debater a posse desse terreno. Trata-se de um local de lazer muito importante para a comunidade do Serviluz. Isso há 52 anos. Dele, já foram lançados grandes jogadores”, comentou Ferreira Aragão.
Na avaliação do deputado, a presença de representantes da imobiliária seria esclarecedora, pois a documentação a qual ele teve acesso é “bastante nebulosa”, não deixando claro se realmente trata-se da área onde está o campo. “Aqui diz que a imobiliária adquiriu três faixas de terra, naquela região do Cais do Porto, do senhor Benedito Dias Macedo. Nele é especificado os limites de cada um. Mas não sabemos se é de fato onde está o campo de futebol”, comentou Ferreira Aragão.
De acordo com o representante da Secretaria do Patrimônio da União, Francisco das Chagas Silveira, o terreno onde está o campo fica fora da linha de preamar, sendo portanto uma área privada. Ele, no entanto, disse não saber informar se o terreno era de propriedade da imobiliária Craveiro.
A representante do Movimento dos Conselhos Populares, Lucimeire Ribeiro, afirmou estranhar o fato de somente recentemente a imobiliária se apresentar como proprietária do terreno. “Nós da comunidade moramos há muito tempo naquela área e não temos o papel das nossas casas. Aí chega uma imobiliária e diz que é dona de uma área que antes de ser um campo era um alagadiço, uma lagoa. Isso não faz o menor sentido”, indignou-se.
Manoel Ferreira Barbosa, da Liga Esportiva e Cultural do Serviluz, também lamentou a falta de representantes da imobiliária no debate. “Estamos dispostos a lutar para que o terreno seja desapropriado e eles sejam indenizados. Mas, primeiro, eles têm de provar que são donos”, comentou o deputado Ferreira Aragão.
CP/CG