Você está aqui: Início Últimas Notícias Comissão de Seguridade Social e Saúde debate surto de sarampo no Ceará
A responsável pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Daniele Rocha Queiroz, explicou que o Ceará esteve livre do vírus durante 15 anos, e o retorno, no ano passado, foi consequência de uma série de fatores.
Daniele Rocha esclareceu que, para conter o sarampo, é preciso imunizar 95% da população, principalmente as crianças da faixa etária de zero a cinco anos de idade. O problema é que alguns municípios não atingiram esse mínimo de 95% de cobertura vacinal nos últimos anos.
Outro fator, segundo ela, está no fato de outros estados brasileiros ainda registrarem casos isolados de sarampo, “sem contar que a doença permanece ativa em outros países”. Na avaliação de Daniele Rocha, o fluxo de turistas que o Brasil recebeu durante a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo de 2014 pode ter colaborado para a expansão do vírus.
A falta de vacinas no mundo também teria colaborado para o surto da doença. De acordo com Daniele Rocha, houve uma carência de vacinas em anos recentes, e muitos países – inclusive o Brasil - não obtiveram vacinas suficientes para a população.
A coordenadora de imunizações da Sesa, Ana Vilma Leite Braga, ressaltou a importância de vacinar as crianças de zero a cinco anos de idade. “São elas que mantêm o vírus circulando, então não podemos achar que o sarampo é uma doença ‘menor’, porque ela não tem a mesma gravidade de uma dengue”, comentou.
O presidente da Comissão, deputado Carlomano Marques (PMDB), avaliou as justificativas de Daniele Rocha como “frágeis”. Para ele, os argumentos não se sustentam, pois o surto parece um fenômeno localizado. “Só temos esse surto aqui no Ceará”, ressaltou.
Para o peemedebista, o Estado errou ao não informar a população sobre os riscos do sarampo. “Não vi uma campanha institucional alertando a população para o perigo da doença”, argumentou.
A deputada Dra. Silvana (PMDB) defendeu que o Estado deve ter humildade e reconhecer que errou, para que, assim, possa corrigir o problema. “E esse reconhecimento do erro deve ser exposto na mídia, para que a população fique consciente”, disse.
Também participaram da reunião os deputados Carlos Felipe (PCdoB), Carlos Matos (PSDB), Renato Roseno (Psol) e Fernando Hugo (SD).
PE/GS