Você está aqui: Início Últimas Notícias Trabalhadores da Coelce reivindicam melhorias salariais em audiência na AL
O deputado disse estar preocupado com o impasse entre a categoria e a Coelce, pois isso afeta ações de convivência com a estiagem no Ceará. “Não vamos garantir energia para adutoras e poços profundos se os trabalhadores estão queixosos sobre salários defasados”, disse. Elmano Freitas informou que existem 15 mil pedidos de instalação de rede de energia ainda não atendidos pela Coelce. O parlamentar lamentou a ausência de representantes da companhia na audiência.
Os trabalhadores da Coelce pedem ganho real de 1,5% no salário e aumento do ticket alimentação para R$ 27,50. O diretor financeiro do Sindicato dos Eletricitários do Ceará (Sindeletro), Flávio Uchoa, informou que foram realizadas seis rodadas de negociação, mas não se chegou a um acordo. O deputado Elmano Freitas acrescentou que, apenas em 2014, a empresa lucrou R$ 251 milhões, obtidos por meio do pagamento de contas de pelos três milhões de consumidores no Ceará.
“A Lei da Política Salarial prevê que, se houve comprovação da produtividade da empresa, o percentual deve ser repassado aos trabalhadores”, reforçou a assessora jurídica do Sindeletro, Jane Calixto. Ela informou ainda que a proposta do sindicato é reajustar os vencimentos dos trabalhadores com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com o objetivo de recompor as perdas salariais. A secretária de Saúde da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE), Telma Dantas, avaliou que o setor da eletricidade é o que mais cresce no Brasil e um dos mais estratégicos para a economia.
O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Ceará, Reginaldo de Aguiar Silva, lamentou que o impasse tenha chegado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde aguarda julgamento. “As diferenças (de reajuste) são pequenas e totalmente passíveis de serem resolvidas. As solicitações do Sindeletro são razoáveis”, comentou.
O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Gerson Marques Lima, avaliou que o dissídio coletivo não é a melhor maneira de resolver conflitos salariais e apelou para que se volte a abrir os canais de negociação.
Também participaram da audiência pública o chefe de Inspeção da Superintendência Regional do Trabalho do Ceará (SRT-CE), Luis Alves de Freitas Lima, e o presidente do Conselho Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil - secção Ceará (OAB-CE), Thiago Pinheiro de Azevedo.
LF/GS