ASSEMBLEIAProtesto motiva novos debates18.03.2015 imprimirAs manifestações do último domingo foram refletidas pelos deputados, ontem, ao dedicarem boa parte da sessão para discutir os objetivos e efeitos das mobilizações. Enquanto oposicionistas à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) destacaram o momento como um regozijo da democracia e criticaram respostas dadas por ministros em nome do Governo, situacionistas lamentaram pedidos por intervenção militar e ressaltaram medidas contra a prática da corrupção.
Destacando que o 15 de março deveria passar a ser conhecido no País como o "dia da democracia nacional", o deputado Carlos Matos (PSDB) afirmou ser desnecessário questionar a pauta de demandas da mobilização. "E precisa dizer (a pauta), em um País que tem a gasolina mais cara do mundo e vendo a Petrobras ser saqueada? Onde quem tá pagando o prejuízo é a família brasileira?", apontou.
Carlos Matos ainda lamentou a dificuldade do Governo em assumir os erros que cometeu e criticou o ministro Miguel Rosetto, da Secretaria-Geral da Presidência, por afirmar ter ficado evidente que quem foi às ruas no domingo não era eleitor da Dilma. "Paciência, senhor ministro, respeito à democracia. Agora quer se classificar a população pelo voto. É inconcebível", destacou o parlamentar.
Já Elmano Freitas (PT), em seu pronunciamento, lamentou a atitude de parte dos manifestantes que pediram pela intervenção militar no País. "Essa minoria não sabe que, se estivesse em uma ditadura, não poderia manifestar. Não podia fazer qualquer denúncia contra o governo, porque senão seria preso e morto", apontou.
Em relação aos que pediam o impeachment da presidente, o parlamentar afirmou que o PSDB precisa admitir que perdeu a eleição em outubro de 2014. Elmano Freitas também ponderou ser necessário discutir o combate à corrupção sem a polarização de oposição e governo, já que todos são contra o uso indevido de recursos públicos.
Decepcionados
Welington Landim (PROS), por sua vez, afirmou que quem foi à manifestação não está preocupado com partidos políticos e que mesmo os eleitores de Dilma estão decepcionados com os rumos da administração. Na avaliação do parlamentar, o PT precisa fazer um mea culpa e assumir os erros. "Já que o PT está caçando os corruptos, é preciso também prender os ladrões", apontou.
O deputado afirmou ainda ser necessário acabar com a disputa de poder para se chegar a um entendimento nacional pela melhor governabilidade.