A discussão ocorre no momento em que o Ceará passa por uma das piores secas dos últimos 50 anos, com chuvas abaixo da média desde 2012. O prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) é de que o Ceará tem 64% de chance de ter a quadra chuvosa abaixo da média histórica em 2015.

A deputada Fernanda Pessoa (PR), ao comentar o resultado da enquete, avaliou que o ideal seria a união das três alternativas oferecidas pela enquete. “Primeiro deveríamos ter uma campanha estimulando a redução do uso e a adoção de cisternas. Conforme fosse acontecendo, se a população não colaborasse, adotaríamos as medidas de multas e descontos. Mas, de início, uma campanha educativa já seria de grande ajuda”, defendeu.

Já o deputado Ferreira Aragão (PDT) sugeriu, para amenizar o problema, a adoção de cisternas privadas. “Nós desperdiçamos a água da chuva. Se cada um fizer em sua casa uma cisterna, terá água acumulada e apropriada até para beber. Eu mesmo já estou fazendo uma em casa”, aconselhou o parlamentar.

Na avaliação do professor de engenharia ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC) Suetônio Mota, a medida a ser adotada, em curto prazo, é conscientizar a população para reduzir o consumo de água por meio de campanhas educativas. “É preciso mudar principalmente a cultura. A gente acha que pode desperdiçar por estar num país com muita água. Só que ela fica muito concentrada na região Norte”, afirmou.

Já em médio e longo prazo, o professor avaliou ser necessário investir em técnicas de reúso da água. ”Um dos maiores consumos de água é na irrigação, em torno de 70% a 75%. Se você reaproveita o esgoto, trata e irriga, isso já reduz muito o consumo. E aproveita a água para fins mais nobres, como o abastecimento humano”, defendeu. Mota sugeriu ainda a adoção da técnica nas próprias edificações, com o reaproveitamento da água proveniente de chuveiros e pias, por exemplo.
LA/GS