O parlamentar explicou que o debate foi provocado pelo Sindicato dos Bancários, que demonstra preocupação com relação aos trabalhadores atingidos pela medida. “A gente também achou importante ouvir o setor empresarial ligado à exportação, para saber quais prejuízos serão causados ao Ceará e aos estados vizinhos, que também utilizavam essa gerência. Queremos saber de que forma irá funcionar. Temos mais de 100 pequenas e microempresas que trabalham com exportação. Somos um estado que tem porto em ampliação. Queremos saber quais mecanismos iremos utilizar para possibilitar o andamento desse segmento importante para a economia”, disse Lula Morais.
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará, avaliou que a decisão pelo fechamento prejudica trabalhadores e o setor produtivo. Ele disse que a medida vai de encontro ao aumento da atividade econômica cearense, à criação de Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e ao aumento na quantidade de empresas que trabalham exportando produtos cearenses para o mundo.
“Se tem um órgão dentro de uma empresa pública que ajuda no financiamento, nas operações, ajuda inclusive no acompanhamento para a consolidação dessa atuação, e há esse fechamento, há um prejuízo inequívoco e, talvez, irreparável para a atuação do setor”, afirmou Carlos Eduardo.
De acordo com ele, os trabalhadores que se pós-graduaram em Comércio Exterior serão subaproveitados na rede de varejo do Banco do Brasil. “E esse não é o melhor caminho para o desenvolvimento do estado do Ceará”, comentou o sindicalista.
O deputado Sérgio Aguiar (Pros) também está preocupado com a questão. “As exportações, principalmente na área do agronegócio, ficam comprometidas. Vão aumentar custos, tendo em vista a transferência para Recife, entre outras consequências, como o lado social do banco. O Banco do Brasil, por ser um banco público, deve estimular a carteira de operações, principalmente no Ceará, que tem a primeira ZPE. Não seria agora o momento adequado para esse tipo de providência”, destacou, defendendo a união entre o Governo do Ceará e a bancada federal cearense para reverter a decisão.
A audiência contou ainda com a participação de Eduardo Bezerra, representando o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), e Gustavo Tabatinga, diretor da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetrafi). O Banco do Brasil não mandou representante.
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