Você está aqui: Início Últimas Notícias Conecta Ceará aborda contexto histórico do conflito Rússia e Ucrânia
O jornalista, que é editor do Brasil 247 e membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), afirmou que o conflito, naturalmente, “impõe um ambiente de crise política e de sensação de insegurança generalizada em todo o mundo”.
Na avaliação de José Reinaldo, os agentes políticos internacionais vêm tomando uma posição de amplificar e mundializar o conflito, no lugar de buscar meios pacíficos e diplomáticos para cessar e, até mesmo, para prevenir que a guerra fosse iniciada.
Segundo ele, as reações iniciais das grandes potências ocidentais englobaram questões como aumentar a militarização do mundo, expandir ainda mais a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ameaçar a Rússia e promover sanções econômicas.
As sanções, alertou o jornalista, têm repercussões muito negativas para as próprias populações dos países que estão sancionando e para a humanidade, uma vez que refletem em aumento de preços e escassez de alimentos e produtos.
“O pano de fundo disso que está acontecendo agora são ameaças acumuladas por quase 30 anos à segurança nacional e territorial da Rússia”, avaliou José Reinaldo.
Ele elencou, entre diversos episódios, a autodeclaração de independência, em 2014, de unidades na região de Donbas, que possuem parcela da população de etnia russa, como importante ponto para o conflito atual.
José Reinaldo também abordou a expansão da Otan para a região nas proximidades do território russo e as muitas demonstrações ao longo dos anos de que a Rússia não aceitaria tais movimentos.
Complementando as variadas questões que fazem parte do conflito, ele comentou ainda o pedido da Ucrânia para entrar na Otan e os exercícios militares realizados pela organização no primeiro semestre de 2021 – em que teve convite à Ucrânia.
Ao falar sobre a complexidade das correlações de forças políticas no cenário mundial, José Reinaldo apontou que a “guerra na Ucrânia está acelerando os movimentos objetivos e espontâneos e também os movimentos subjetivos e conscientemente conduzidos visando à formação de um mundo multipolar”.
No entanto, afirmou, esse mundo multipolar não é resultado apenas de um desenvolvimento pacífico, mas também de um desenvolvimento de conflitos. “O que a gente espera é que esses conflitos não resultem numa guerra generalizada”, disse, avaliando a necessidade de que os polos em ação atualmente sejam capazes de estabelecer novos mecanismos de entendimento.
SA/CG