Você está aqui: Início Últimas Notícias CDHC debate alagamentos no Lagamar e define visitas de secretarias ao local
O representante da Secretaria das Cidades, Waldemar Pereira, e a engenheira da Secretaria de Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Alexsandra Martinez, garantiram que farão uma visita técnica, ainda na manhã desta terça-feira, para avaliar o que as respectivas pastas podem fazer, de forma emergencial, para solucionar as problemáticas.
Já o representante da Unidade de Negócio de Macrocoleta e Tratamento de Esgoto da Cagece, Iêso Silva, assegurou que o órgão fará uma visita à unidade de tratamento apontada pelos moradores por despejar dejetos no canal. A visita foi agenda para esta quarta-feira (30/03), às 8h, e atende solicitação da covereadora de Fortaleza Adriana Jerônimo (Psol), do mandado coletivo Nossa Cara. A parlamentar informou que acompanhará os representantes da Cagece, juntamente com uma comissão de moradores do Lagamar.
Além disso, a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alece irá oficiar o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) acerca do cronograma de longo prazo com medidas para sanar a problemática da comunidade.
REUNIÃO
De acordo com o presidente da CDHC, deputado Renato Roseno (Psol), a reunião surgiu a partir de uma demanda antiga da comunidade com a problemática dos alagamentos, que se repetem anualmente, sem resoluções efetivas. Ainda conforme o parlamentar, o problema foi trazido novamente à comissão em reunião para tratar dos impactos das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ramal Parangaba-Mucuripe.
“Hoje estamos tratando essa problemática sobre o Lagamar, no entanto é algo que se estende em diversos pontos da cidade. É necessária uma mobilização conjunta, com a participação de todos os órgãos públicos. A situação dessas pessoas é vexatória e desumana, e não pode esperar mais”, afirmou Renato Roseno.
A covereadora de Fortaleza Adriana Gerônimo ressaltou que os casos de alagamentos no Lagamar são uma situação antiga, mas pioraram após as obras do VLT. Um exemplo citado foi a rua Sabino Monte, que, segundo a parlamentar, passou a registrar alagamentos após o VLT. “A água que invade a casa das pessoas é esgoto, lama, fezes. É desumano haver pessoas hoje em dia vivendo em uma situação tão cruel”, disse.
Para Adriana Gerônimo, há um “empurra-empurra” dos órgãos na resolução do problema e nenhum assume um compromisso em solucionar o caso da comunidade. “É obrigação do poder público solucionar isso. Sabemos que há problemáticas, mas isso tudo não vai ser solucionado com a remoção da comunidade. É necessário remover a falta de saneamento. Essa situação se arrasta há mais de 70 anos”, denunciou.
Moradores do Lagamar também relataram os impactos da falta de tratamento da água do canal que corta a localidade, como mau cheiro, esgoto correndo nas ruas e impactos negativos na saúde da comunidade. Representantes da comunidade denunciaram ainda que a Cagece estaria despejando dejetos sem tratamento no canal, que transborda em dias de chuvas e leva a sujeira para as ruas.
A promotora de Justiça do Ministério Público do Ceará Giovana Melo Araújo reconheceu a importância da visita técnica para avaliar a situação enfrentada pela comunidade, no entanto avaliou que é necessário levar uma resolutividade de forma emergencial. “As demandas já são apresentadas há muito tempo pela população. Não é de hoje que a comunidade enfrenta esses problemas. Então, precisamos solucionar de imediato, pois essa é uma situação urgente”, disse.
O defensor público José Lino Fonteles cobrou que a Secretaria de Infraestrutura do Ceará faça um projeto para a solução dos problemas e comunique Ministério e Defensoria Pública sobre o cronograma, “para que todo ano não seja necessário esse debate”.
Já a engenheira Alexsandra Martinez, da Seinfra, garantiu que o VLT não ocasionou novos pontos de alagamento e que o equipamento possui escoamento de águas em todo o seu percurso. Segundo ela, a obra tanto não impactou negativamente a comunidade como trouxe diversas melhorias. “A intervenção do VLT trouxe melhorias imensuráveis para a comunidade do Lagamar. Havia ruas que nem caminhões do lixo passavam e hoje possuem uma intervenção urbanística e uma drenagem importante. Eu acompanhei toda essa obra e são visíveis as melhorias”, garantiu.
Participaram ainda da reunião virtual a diretora de Integração e Articulação de Políticas Públicas do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor); a representante da Unidade de Negócio Leste da Cagece, Aline Bessa; a representante da Seinfra, Camila Rocha, além de moradores do Lagamar e servidores da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa.
GS/LF