Entre uma eleição e outra, a disputa entre partidos é sempre a mesma, em que cada qual quer ter a preferência na indicação do nome de quem será o vice dos favoritos à sucessão do cargo mais alto do Executivo municipal. Um interesse que não encontra respaldo na história recente do município, uma vez que, nas últimas gestões, o vice eleito acabou desempenhando um papel inexpressivo, terminando em rompimento com as administrações. Dizem até que “vice só é importante durante a pré-campanha”, no período de definição do nome. Outro ditado nos bastidores da conta de que “o bom vice é aquele que durante a campanha não atrapalha e durante o mandato não aparece”.   O fato é que olhando para trás na recente história política de Fortaleza, é fácil observar que paira uma espécie de “maldição” em torno da figura do vice-prefeito, na medida em que os últimos políticos que ocuparam tal função desapareceram do cenário político local, após “rompimento” ou “desentendimento” com o gestor municipal.   Na eleição de 2016, os candidatos a vice-prefeito trabalham para quebrar essa espécie de “tradição”. O atual vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena (PMDB), é um exemplo. Ele acompanha o mandato do prefeito Roberto Cláudio (PDT) de longe. Gaudêncio não participa das decisões tomadas no gabinete e, especificamente, no mandato, desde 2014, quando rompeu com RC. Agora, ele tenta reeleição na chapa encabeçada por Capitão Wagner (PR), um dos procipais adversário de RC. Sobre o assunto, Gaudêncio minimizou o fato, explicando que os motivos que levaram os gestores anteriores a romperem com seus aliados são diversos. Mas, agora, sua parceria com Wagner é diferente. “Temos um sintonia forte. Esperamos nesta nova administração implementar ações voltadas para o funcionamento efetivos dos órgãos vitais para Fortaleza”, frisou ele.   Novato Dos oitos candidatos a vice-prefeito, três são debutantes na disputa de um cargo para o Executivo. É o caso do advogado Dimas Oliveira (Rede Sustentabilidade). Ao lado de Heitor Férrer (PSB), o político acredita que a tecnologia deva ser uma grande aliada da gestão pública, como mecanismo para dar mais transparência e eficiência à administração. Para ele, é fundamental uma gestão voltada para as pessoas. E, por isso, acredita ter sido escolhido por Heitor para ajudá-lo nesta missão, caso sejam eleitos.   Parceiros Embora possuam pensamentos antagônicos, Elmano de Freitas (PT) e Moroni Torgan (DEM), porém, concordam num ponto. Eles acreditam na ”afinidade” com seus aliados para quebrar essa “maldição”. Elmano, que faz parte da chapa da ex-prefeita Luizianne Lins, afirmou que os dois possuem “afinidade”, uma vez que, desde 1989, quando iniciaram militância política juntos, já passaram por inúmeros desafios. “Temos afinidade. Já passamos por momentos bons e ruins. Estamos satisfeitos com a chapa que formamos”, disse.   Já Moroni afirmou já ter apresentando um projeto a Roberto Cláudio e, portanto, já tem “rumo” dentro da possível nova gestão. “Juntos faremos uma Fortaleza mais justas”, disse, dando pistas que atuará na criação de células de defesa comunitárias, onde o objetivo é profissionalizar a juventude e afastá-la do caminha da violência.   Mulheres Essa eleição traz uma outra novidade. Três candidatas disputam o cargo de vice-prefeita. São elas: Antônia Aureni de Carvalho (PRB), conhecida como Nina Carvalho; Nivânia Amâncio (PSTU), e Raquel Lima de Souza (PCB), militante pelo direito à moradia e ex-moradora do Alto da Paz. O candidato a prefeito João Alfredo (Psol) afirmou que a escolha da vice foi recorte diferenciado do adotado por outras candidaturas. “A Raquel, mulher, negra e que foi despejada de sua casa durante a gestão Roberto Cláudio, personifica nosso propósito de campanha”, defendeu o candidato sobre a indicação de Raquel Lima.   Nina Carvalho, que já pleiteou a vaga de deputada federal pelo partido, já trabalha para criação de um conselho para crianças e adolescentes. E, segundo afirmou Ronaldo Martins (PRB), caso eleito, sua vice despachará também no Palácio do Bispo. Segundo justificou, ela terá participação efetiva em todas as decisões da Prefeitura.   Secretário Nilton Araújo (PTdoB) também disputa pela primeira vez uma vaga no Executivo. E para driblar a falta de experiência, o deputado Tin Gomes (PHS) já afirmou que, caso eleito, seu primeiro secretário nomeado será Nilton. Segundo ele, o seu vice terá papel importante na sua gestão, atuando para o melhoramento da máquina pública. “No momento, que está integrado a gestão, ele se sentirá mais útil e participará da gestão”, salientou Tin.   90