O debate reuniu representantes do Comitê de Responsabilidade Social (CRS) e do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia, além de membros do Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança (Nucepec), no sentido de articular uma rede de apoio para as crianças e adolescentes que perderam os pais, avós ou responsáveis em razão da pandemia de Covid-19.
“Temos notícias de que quintuplicou o número de crianças em abrigos nos últimos dois anos e sabemos que muitas dessas crianças ficaram na orfandade por conta da pandemia. Diante disso, nós necessitamos de uma grande articulação, de uma grande política pública robusta e sólida, para todo o Ceará, para que possamos dar conta desse desafio, que será de pelo menos duas décadas”, apontou o parlamentar.
Além do trauma de perder um pai, mãe, avó ou responsável, segundo ele, a criança nessas condições se vê em uma situação economicamente e socialmente mais vulnerável. Para o deputado, é necessária uma política especial para essa infância e adolescência que teve ceifado o vínculo mais profundo que um ser humano pode ter.
Renato Roseno destacou que, em todo esse debate, algumas urgências precisam ter uma atenção maior. “É importante a identificação e a visibilidade desses jovens. Saber quem eles são, onde estão, com quem estão, em qual situação. Também é fundamental estabelecer um grande processo de proteção psicossocial, pois não queremos que essas crianças passem por esses traumas sem nenhum apoio”, assinalou.
O deputado defendeu ainda a necessidade de um amparo legal para esses órfãos. “Precisamos de um marco legal para essa situação, de uma lei para que essas crianças possam ter um apoio material, por via de transferência de renda ou subsídio, por terem perdido pai ou mãe durante a pandemia”, ressaltou.
RG/AT