A parlamentar observou que, conforme outra pesquisa, desta vez do Instituto Datafolha, 73% da população acredita que a violência contra mulheres aumentou durante a pandemia de Covid-19 e, destes, 51% já presenciou algum tipo de violência contra a mulher. Ainda conforme o estudo, a maioria das mulheres vítimas de violência são negras, e o total se concentra na faixa etária entre 16 e 46 anos. “É muito triste vir aqui trazer esses números e perceber que com todos os avanços que conquistamos esses números ainda crescem”, disse.
Augusta Brito ressaltou a importância da Casa da Mulher Brasileira no sentido de receber essas denúncias e garantir a justiça para essas mulheres. Ressaltou também a condição das mulheres negras, “que são as maiores vítimas da violência não apenas doméstica, mas também da urbana e institucional”.
As discussões sobre “pobreza menstrual”, e projetos de sua autoria sobre o tema que tramitam na Casa também foram destacados. Segundo a deputada, a menstruação é algo natural que indica a saúde dos ciclos femininos, “um assunto que deve parar de ser tratado como tabu”. Ela informou ainda que a discussão vai além da falta de recursos para comprar absorventes por aqueles que não tem condições, mas passa pela saúde física e psicológica de todas as meninas e mulheres.
Augusta destacou três projetos, de autoria dela, sobre o tema. O de indicação, 58/21, já aprovado pela Casa, sugere a distribuição de absorventes íntimos em postos de saúde e escolas públicas de ensino médio. Outro de lei, em tramitação, que institui a Semana Estadual da Pobreza Menstrual, que dedica uma semana para discussão e conscientização sobre o tema nas escolas estaduais; e o 268/21, lido no expediente desta quinta-feira (10/06), que inclui absorventes íntimos nas cestas básicas.
A deputada Erika Amorim (PSD), em aparte, reforçou que ainda há muita luta para as mulheres, principalmente no que diz respeito à conscientização dos homens. “Deve haver uma reeducação para que eles passem a se relacionar com as mulheres como verdadeiros parceiros, e não como donos”.
O deputado Moisés Braz (PT) também reforçou a importância das políticas públicas encabeçadas pelas deputadas da Casa, e assim como sua repercussão na vida das mulheres. Da mesma forma, o deputado Tony Brito (Pros) salientou que há casos de assédio contra mulheres de todas as formas, sendo o moral algo muito comum nas instituições. “Pode contar com nosso mandato para agir de forma a reduzir esses abusos”, disse.
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