Na última sessão plenária (25/02), o parlamentar já anunciava a visita do chefe de Estado como um “escárnio” às vítimas da Covid-19, o que segundo ele, só se confirmou. “Ontem (03/03) foram 1.840 mortes, o maior número de vítimas da Covid-19, desde maio de 2020”, assinalou. De acordo com o parlamentar, qualquer país que tenha o mínimo de liderança responsável estaria em busca de vacina, renda básica e dar exemplo para a população em relação ao isolamento social. “E que exemplo deu o presidente na semana passada em Tianguá? Foi de autocuidado, de proteção, alguma proposta para enfrentar a crise econômica? Não. Veio cometer um crime de saúde pública”, apontou.
O deputado alertou ainda para a necessidade da justiça brasileira tomar as medidas cabíveis, no sentido de penalizar o presidente pelo crime de saúde pública que cometeu ao incentivar a aglomeração de pessoas em meio à pandemia. “Ninguém pode tudo. A lei é um parâmetro para qual os mandatários devem obedecer para o exercício dos seus mandatos. Não é possível que o chefe do estado despreze a lei. Isso é repugnante. O Senado precisa instalar uma CPI nesse sentido para responsabilizar o chefe de Estado pelo crime que comete contra a Nação”, defendeu.
Renato Roseno lembrou ainda que não era mais hora de ideologia e que os presidentes dos tribunais precisam penalizar o presidente por essas atitudes. “Ninguém pode tudo. É crime de extermínio um chefe de Estado negar auxílio a sua população. Bolsonaro teve sete oportunidades de comprar vacina ano passado e não o fez”, acrescentou. O deputado observou que são 14 milhões de desempregados e ele não consegue articular uma proposta de renda básica para a sociedade. “Não é possível que esta Nação esteja anestesiada. Estamos falando de questões humanas. Não é possível que a morte de quase duas mil pessoas diariamente não impacte. Vacina, renda básica e fora Bolsonaro”, reforçou.
Em aparte, o deputado Osmar Baquit (PDT) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro teria vindo ao Ceará apenas para “zombar” do povo. “Estamos ficando ilhados do mundo, pessoas morrendo e o presidente andando sem máscara e incentivando os outros. Estamos num país sem líder para nos tirar desse deserto”, lamentou.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) também enxergou a visita como uma afronta. “Apesar das ações do nosso governador, temos a segunda maior taxa de morte do Nordeste. E aí o presidente vem aqui gerar aglomeração? Esta Casa precisa elaborar nota de repúdio, inclusive a parlamentares que participaram do evento”, sugeriu.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) concordou com o colega e frisou a falta de responsabilidade do presidente com a vida dos brasileiros. Já o deputado Salmito (PDT) acrescentou que o Brasil estaria virando um celeiro das novas variantes do novo coronavírus que são mais letais. “Estamos em situação gravíssima no País inteiro e o presidente tem obrigação de dar bom exemplo e unir a Federação em torno de salvar vidas”, opinou.
LA/AT