O parlamentar salientou que sempre defendeu o Governo do Estado na Assembleia Legislativa por acreditar na gestão e ver grandes avanços promovidos, mas que no caso da Previdência, votar a favor do projeto n° 29/19 d seria ir contra sua consciência e o que prega seu partido. “Não posso votar a favor, pois em nível Federal, toda a minha bancada votou contra. Estive nas ruas, levantei bandeiras e compreendi que a reforma federal, que é outra, era muito ruim. As emendas ainda melhoraram muito a proposta, mas, ainda assim, foi péssima para o trabalhador”, justificou.
Carlos Felipe questionou se não haveria outra solução para o Estado, uma vez que não existe déficit atuarial. Ele ressaltou ainda a necessidade de análise mais profunda dos números antes de se aprovar a proposta. “Não existe deficit, existe rombo. Desviaram a finalidade. E a culpa não é do servidor. Precisamos ver os dados com profundidade e fazer as alterações necessárias, como fizeram os estados de Pernambuco e Maranhão. E o servidor terá que entender que a reforma é necessária, mas que ele não é o culpado”, salientou.
De acordo com o deputado, o Estado possui 62 mil servidores e em torno de 62 mil aposentados, totalizando cerca de 125 mil pessoas afetadas diretamente. Indiretamente toda a população depende do serviço público, portanto, se faz necessária a presença dos servidores durante a apreciação da matéria. “Esse momento marcará a história do Ceará e, em breve, seremos confrontados pela população. Peço ao presidente que permita a entrada dos trabalhadores, pois eles têm direito de estar nesta Casa e se manifestarem. Temos que ter segurança para darmos nosso voto, mas esta Casa é do povo. Que os servidores estejam aqui amanhã, pois será um dia muito importante."
Em aparte, o deputado Vitor Valim (Pros) afirmou que não é justo de fazer uma adequação, tirando de quem já não tem. “Ontem observamos na audiência que não tem déficit atuarial. Apresentarei requerimento no plenário para retirar a urgência dessa reforma, pois o assunto tem que ser melhor discutido. O povo merece nosso respeito”, opinou.
Já o deputado Audic Mota (PSB) parabenizou o colega deputado pelo posicionamento e ressaltou a delicadeza do momento. “Não fazer a reforma é um problema. Fazer é outro. E tudo merece muita discussão. O senhor está sendo coerente”, elogiou.
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